quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MEDITAÇÃO E AMOR

MEDITAÇÃO E AMOR "Toda a vida é feita de polaridades: positivo e negativo, nascimento e morte, homem e mulher, dia e noite, verão e inverno. Toda a vida consiste em opostos polares. Mas esses opostos não são apenas polares, são também complementares. Eles se ajudam um ao outro, dão apoio um ao outro. Eles são como tijolos que formam uma arcada. Os tijolos de uma arcada têm que ser colocados uns contra os outros. Parecem estar um contra o outro, mas é por meio da oposição deles que a arcada é construída, que ela permanece firme. A resistência da arcada depende da polaridade dos tijolos colocados em oposição uns aos outros. Esta é a polaridade máxima: meditação significa a arte de estar sozinho e amor significa a arte de estar junto. A pessoa completa é aquela que conhece ambas as artes e é capaz de se mover de uma para a outra com a maior facilidade possível. E exatamente como a inspiração e a expiração - não há dificuldade. Elas são opostas - quando vocês inspiram o ar, é um processo; quando expiram o processo é exatamente o oposto. No entanto, inspiração e expiração formam uma respiração completa. Na meditação, vocês inspiram; no amor, expiram. Com o amor e a meditação juntos, sua respiração estará completa, inteira, total. Durante séculos, as religiões tentaram atingir um pólo com a exclusão do outro. Existem religiões de meditação como, por exemplo, o jainismo e o budismo - são religiões meditativas, estão enraizadas na meditação. E existem religiões bhakti, religiões de devoção: o sufismo, o hassidismo - que estão enraizadas no amor. A religião baseada no amor precisa de Deus como o 'outro' a quem amar, a quem rezar. Sem um Deus, a religião de amor não consegue existir, é inconcebível - vocês precisam de um objeto de amor. Porém, uma religião de meditação consegue existir sem o conceito de Deus; essa hipótese pode ser descartada. Por isso o Budismo e o Jainismo não acreditam em Deus algum. Não há necessidade de um outro. A pessoa tem apenas que saber como ficar só, como permanecer silenciosa, como ficar quieta, como estar absolutamente calma e quieta dentro de si mesma. O outro tem que ser completamente abandonado, esquecido. Por isso, essas são religiões atéias. Quando pela primeira vez os teólogos ocidentais entraram em contato com as literaturas budistas e jainistas, eles ficaram bastante confusos: como chamar de religião a essas filosofias atéias? Poderiam ser chamadas de filosofias, mas como chamá-las de religião? Isso era inconcebível para os teólogos, pois as tradições judaico e cristã consideram que, para alguém ser religioso, Deus é a hipótese mais fundamental. A pessoa religiosa é aquela temente a Deus, mas os budistas e jainistas dizem que não existe Deus; Assim a questão de temer a Deus não existe. No Ocidente, durante milhares de anos, pensava-se que a pessoa que não acreditava em Deus era um ateu, não era uma pessoa religiosa. Mas Buda era ateu e religioso. Essa idéia soava muito estranha para os ocidentais porque eles nem sequer imaginavam que existiam religiões que tinha como base a meditação. E o mesmo é verdadeiro para os seguidores de Buda e Mahavira. Eles riem da tolice das outras religiões que acreditam em Deus, porque essa idéia como um todo é absurda. É apenas fantasia, imaginação, nada mais; é uma projeção. Mas para mim, ambas são, ao mesmo tempo, verdadeiras. Minha compreensão não está baseada em um único polo; minha compreensão é fluida. Eu saboreei a verdade de ambos os lados: eu amei totalmente e meditei totalmente. Esta é a minha experiência: a de que uma pessoa está completa só quando conhece os dois polos. Senão, ela é apenas uma metade; algo fica faltando nela. Buda é uma metade - Jesus também. Jesus conhecia o que é o amor, Buda conhecia o que é a meditação; mas, se eles se encontrassem, seriam impossível se comunicarem entre si. Um não compreenderia a linguagem do outro. Jesus falaria sobre o reino de Deus e Buda começaria a rir: 'Que absurdo é esse que você está dizendo? O reino de Deus?' Buda diria apenas: 'Cessação do eu, desaparecimento do eu'. E Jesus: 'Desaparecimento do eu? Cessação do eu? Isso é cometer suicídio, o suicídio máximo. Que espécie de religião é essa? Fale do Eu Supremo!' Um não entenderia as palavras do outro. Se alguma vez eles tivessem se encontrado, precisariam de um homem como eu como intérprete; caso contrário não haveria comunicação entre eles. Eu teria de interpretar de tal maneira que acabaria sendo infiel a ambos! Jesus falaria em 'reino de Deus', que eu traduziria por 'nirvana' - então Buda poderia entender. Buda diria 'nirvana' e, para Jesus, eu diria 'reino de Deus' - então ele poderia compreender. Agora a humanidade precisa de uma visão total. Nós já vivemos com visões parciais por muito tempo. Essa foi uma necessidade do passado, mas agora o homem amadureceu. Os meus sannyasins têm de provar que podem meditar e rezar ao mesmo tempo; que podem meditar e amar ao mesmo tempo; que podem estar tão silenciosos quanto possível e que podem celebrar e dançar tanto quanto possível. Seu silêncio tem de se tornar a sua celebração, e sua celebração tem que se tornar o seu silêncio. Eu lhes dei a tarefa mais difícil que já foi dada a um discípulo, porque esse é o encontro dos opostos. E nesse encontro, todos os outros opostos vão se fundir e tornar-se um: Oriente e Ocidente, homem e mulher, matéria e consciência, este mundo e o outro mundo, vida e morte. Todos os opostos vão se encontrar e fundir-se por meio desse encontro, pois essa é a polaridade máxima; ela contém todas as polaridades. Esse encontro criará um novo ser humano - Zorba, o Buda. Esse é o nome que eu dou ao novo homem. E cada um dos meus sannyasins precisa fazer todos os esforços possíveis para se transformar nessa liquidez, nesse fluxo, de modo que os dois polos façam parte deles. Assim, vocês terão sentido o gosto da totalidade. E conhecer a totalidade é o único meio para se conhecer o que é o sagrado. Não há outro meio". OSHO, Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto MEDITAÇÃO E AMOR "Toda a vida é feita de polaridades: positivo e negativo, nascimento e morte, homem e mulher, dia e noite, verão e inverno. Toda a vida consiste em opostos polares. Mas esses opostos não são apenas polares, são também complementares. Eles se ajudam um ao outro, dão apoio um ao outro. Eles são como tijolos que formam uma arcada. Os tijolos de uma arcada têm que ser colocados uns contra os outros. Parecem estar um contra o outro, mas é por meio da oposição deles que a arcada é construída, que ela permanece firme. A resistência da arcada depende da polaridade dos tijolos colocados em oposição uns aos outros. Esta é a polaridade máxima: meditação significa a arte de estar sozinho e amor significa a arte de estar junto. A pessoa completa é aquela que conhece ambas as artes e é capaz de se mover de uma para a outra com a maior facilidade possível. E exatamente como a inspiração e a expiração - não há dificuldade. Elas são opostas - quando vocês inspiram o ar, é um processo; quando expiram o processo é exatamente o oposto. No entanto, inspiração e expiração formam uma respiração completa. Na meditação, vocês inspiram; no amor, expiram. Com o amor e a meditação juntos, sua respiração estará completa, inteira, total. Durante séculos, as religiões tentaram atingir um pólo com a exclusão do outro. Existem religiões de meditação como, por exemplo, o jainismo e o budismo - são religiões meditativas, estão enraizadas na meditação. E existem religiões bhakti, religiões de devoção: o sufismo, o hassidismo - que estão enraizadas no amor. A religião baseada no amor precisa de Deus como o 'outro' a quem amar, a quem rezar. Sem um Deus, a religião de amor não consegue existir, é inconcebível - vocês precisam de um objeto de amor. Porém, uma religião de meditação consegue existir sem o conceito de Deus; essa hipótese pode ser descartada. Por isso o Budismo e o Jainismo não acreditam em Deus algum. Não há necessidade de um outro. A pessoa tem apenas que saber como ficar só, como permanecer silenciosa, como ficar quieta, como estar absolutamente calma e quieta dentro de si mesma. O outro tem que ser completamente abandonado, esquecido. Por isso, essas são religiões atéias. Quando pela primeira vez os teólogos ocidentais entraram em contato com as literaturas budistas e jainistas, eles ficaram bastante confusos: como chamar de religião a essas filosofias atéias? Poderiam ser chamadas de filosofias, mas como chamá-las de religião? Isso era inconcebível para os teólogos, pois as tradições judaico e cristã consideram que, para alguém ser religioso, Deus é a hipótese mais fundamental. A pessoa religiosa é aquela temente a Deus, mas os budistas e jainistas dizem que não existe Deus; Assim a questão de temer a Deus não existe. No Ocidente, durante milhares de anos, pensava-se que a pessoa que não acreditava em Deus era um ateu, não era uma pessoa religiosa. Mas Buda era ateu e religioso. Essa idéia soava muito estranha para os ocidentais porque eles nem sequer imaginavam que existiam religiões que tinha como base a meditação. E o mesmo é verdadeiro para os seguidores de Buda e Mahavira. Eles riem da tolice das outras religiões que acreditam em Deus, porque essa idéia como um todo é absurda. É apenas fantasia, imaginação, nada mais; é uma projeção. Mas para mim, ambas são, ao mesmo tempo, verdadeiras. Minha compreensão não está baseada em um único polo; minha compreensão é fluida. Eu saboreei a verdade de ambos os lados: eu amei totalmente e meditei totalmente. Esta é a minha experiência: a de que uma pessoa está completa só quando conhece os dois polos. Senão, ela é apenas uma metade; algo fica faltando nela. Buda é uma metade - Jesus também. Jesus conhecia o que é o amor, Buda conhecia o que é a meditação; mas, se eles se encontrassem, seriam impossível se comunicarem entre si. Um não compreenderia a linguagem do outro. Jesus falaria sobre o reino de Deus e Buda começaria a rir: 'Que absurdo é esse que você está dizendo? O reino de Deus?' Buda diria apenas: 'Cessação do eu, desaparecimento do eu'. E Jesus: 'Desaparecimento do eu? Cessação do eu? Isso é cometer suicídio, o suicídio máximo. Que espécie de religião é essa? Fale do Eu Supremo!' Um não entenderia as palavras do outro. Se alguma vez eles tivessem se encontrado, precisariam de um homem como eu como intérprete; caso contrário não haveria comunicação entre eles. Eu teria de interpretar de tal maneira que acabaria sendo infiel a ambos! Jesus falaria em 'reino de Deus', que eu traduziria por 'nirvana' - então Buda poderia entender. Buda diria 'nirvana' e, para Jesus, eu diria 'reino de Deus' - então ele poderia compreender. Agora a humanidade precisa de uma visão total. Nós já vivemos com visões parciais por muito tempo. Essa foi uma necessidade do passado, mas agora o homem amadureceu. Os meus sannyasins têm de provar que podem meditar e rezar ao mesmo tempo; que podem meditar e amar ao mesmo tempo; que podem estar tão silenciosos quanto possível e que podem celebrar e dançar tanto quanto possível. Seu silêncio tem de se tornar a sua celebração, e sua celebração tem que se tornar o seu silêncio. Eu lhes dei a tarefa mais difícil que já foi dada a um discípulo, porque esse é o encontro dos opostos. E nesse encontro, todos os outros opostos vão se fundir e tornar-se um: Oriente e Ocidente, homem e mulher, matéria e consciência, este mundo e o outro mundo, vida e morte. Todos os opostos vão se encontrar e fundir-se por meio desse encontro, pois essa é a polaridade máxima; ela contém todas as polaridades. Esse encontro criará um novo ser humano - Zorba, o Buda. Esse é o nome que eu dou ao novo homem. E cada um dos meus sannyasins precisa fazer todos os esforços possíveis para se transformar nessa liquidez, nesse fluxo, de modo que os dois polos façam parte deles. Assim, vocês terão sentido o gosto da totalidade. E conhecer a totalidade é o único meio para se conhecer o que é o sagrado. Não há outro meio". OSHO, Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto

QUANDO VOCÊ DESCOBRE QUE VOCÊ NÃO É A MENTE...

Ê vQuando você descobre que você não é a mente A meditação não é solução para nenhum problema em particular; ela não resolve nada. Ela simplesmente lhe ajuda a dar o fora da mente, a criadora dos problemas. Simplesmente lhe ajuda a deslizar para fora da mente como uma cobra desliza para fora de sua velha pele. Uma vez que você descobre que você não é a mente a grande transcendência aconteceu. De repente todos os problemas se tornam insignificantes; lentamente eles evaporam. Você é deixado com uma profunda paz; um grande silêncio prevalece. Esse silêncio é a solução. Essa paz é a resposta, a resposta de todas as respostas. Osho, em "Guida Spirituale: Discourses on the Desiderata Swami Dharma Grahi –(Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

O EU VERDADEIRO

O EU VERDADEIRO A sua mente sente a dor, o sofrimento; ela sente todos os tipos de emoção, apegos, desejo, anseio, mas isso tudo é projeção da mente. Por trás da mente está o eu verdadeiro, que nunca vai a lugar nenhum. Ele está sempre aqui. Se você estiver com raiva, então fique com raiva e não julgue dizendo se isso é bom ou ruim. E esta é a diferença das emoções negativas e as positivas: se você tomar consciência de uma certa emoção e ela se dissipar quando você toma consciência dela, é porque ela é negativa. Se ao tomar consciência da emoção, você se tornar essa emoção, se essa emoção não se espalhar e então essa emoção se tornar o seu ser, ela é positiva. A consciência trabalha de forma diferente em cada um desses casos. Se for uma emoção venenosa, você se livra dela por meio da consciência. Se ela for benéfica, alegre, extasiante, você e ela se tornam uma coisa só. A consciência se aprofunda. Então para mim, o critério é sempre este: se algo se aprofunda com sua consciência, isto é bom; se algo se dissipa com a sua consciência é porque isso é ruim. Tudo o que não pode ficar na consciência é pecado e tudo o que cresce com a consciência é virtude. Virtude e pecado não são conceitos sociais, eles são realizações interiores. Basta que você seja autêntico; essa autenticidade com suas emoções lhe possibilitará um vislumbre do real. Só o que é real pode conhecer o real, só a verdade pode conhecer a verdade, só o autêntico pode conhecer o autêntico que circunda você. Aprofunde-se na consciência, e reconheça-se. Osho – Célio José Bighetti – (Sw. Dharma Grahi) – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação – Crt-38000.

sábado, 5 de abril de 2014

O AMOR É UMA FLOR RARA.

O amor é uma flor rara O amor é uma flor rara. Ele só acontece às vezes. Milhões e milhões de pessoas vivem na falsa atitude de que amam. Elas acreditam que amam, mas isso é só uma crença. O amor é uma flor rara. Às vezes ele acontece. É raro porque só pode acontecer quando não existe medo, nunca antes disso. Isso significa que o amor só pode acontecer a uma pessoa profundamente espiritualizada, religiosa. O sexo é possível para todos. A familiaridade é possível para todos. Não o amor. Quando você não tem medo, não há o que esconder; então você pode se abrir, pode pôr abaixo todas as fronteiras. E então pode convidar o outro a tocar a sua essência. E, lembre-se, se você deixa que alguém o toque profundamente, o outro também deixará que você o toque, pois, quando deixa que alguém o toque, você inspira confiança. Quando você não tem medo, o medo da outra pessoa também desaparece. No amor de vocês, o medo está sempre presente. O marido teme a mulher, a mulher teme o marido. As pessoas que se amam sempre têm modo uma da oura. Então não é amor. É só um arranjo entre duas pessoas medrosas, que dependem uma da outra, brigam, exploram-se, manipulam, controlam, dominam, possuem uma a outra — mas não é amor. Se você conseguir deixar que o amor aconteça, não precisará de prece, não precisará de meditação, não precisará de igreja nenhuma, de templo nenhum. Se amar, você pode se esquecer completamente de Deus — porque, por meio do amor, tudo terá acontecido a você: meditação, prece, Deus, tudo terá acontecido a você. É isso que Jesus quis dizer quando falou que Deus é amor. Mas o amor é difícil. O medo tem que ser superado. E é isto que é estranho, vocês têm tanto medo e, ao mesmo tempo, não têm nada a perder. Osho, em "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente" Célio José Bighetti – (Sw. Dharma Grahi) – Terapeuta da Alma.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

P = QUEM SOU ? R = VOCÊ NÃO É. P = DE ONDE VIM ? R = DO ETERNO. P = ONDE ESTOU ? R = AQUI/AGORA. P = PARA ONDE IREI ? R = DE ONDE VEIO. SWAMI DHARMA GRAHI – PSICOTERAPEUTA.

O CAMINHO DA AUTO-REALIZAÇÃO

O Caminho da Auto-Realização Este discurso é um marco na obra do Osho, pois foi quando ele pela primeira vez teve suas palavras gravadas e depois publicadas. Este discurso tornou-se o primeiro capítulo do primeiro livro publicado do Osho. Trata-se da palestra introdutória ao Campo de Meditação de Ranakpur que ele conduziu em junho de 1964. O livro, originalmente publicado em hindi com o título Path to Self-Realization, foi recentemente traduzido para o inglês como título The Perfect Way (O Caminho Perfeito). "Almas conscientes, Antes de tudo, por favor, aceitem o meu amor. Essa é a única coisa com a qual eu posso dar-lhes as boas vindas ao isolamento e reclusão destas montanhas. Na verdade, eu nada mais tenho a dar a vocês. Eu quero compartilhar com vocês o infinito amor que a proximidade com o divino criou em mim. Eu quero distribuí-lo. E a maravilha disso é que quanto mais eu compartilho esse amor, mais ele cresce! Talvez a verdadeira riqueza seja aquela que aumenta com a distribuição. A riqueza que diminui quando é compartilhada, não é verdadeira riqueza, de modo algum.Vocês então aceitam o meu amor? Eu vejo aceitação em seus olhos e eu vejo também que seus olhos se tornaram repletos de amor em reciprocidade. Amor invoca amor e ódio invoca ódio. Tudo aquilo que nós damos retorna para nós. Essa é uma lei eterna. Assim, tudo aquilo que você deseja receber, é aquilo que você deve dar ao mundo. Você não pode receber flores em retribuição a espinhos. Eu vejo flores de amor e paz desabrochando em seus olhos. Eu estou em profunda gratidão por isso, agora, nós não somos muitos aqui: o amor nos junta e faz com que muitos se tornem um. Corpos físicos estão separados e continuarão separados, mas existe alguma coisa por trás dos corpos que se encontra no amor, que se torna um através do amor. Só depois dessa unidade, de nos tornarmos um, é que alguma coisa pode ser dita e compreendida. A comunicação só é possível no amor. Nós nos reunimos nesse lugar isolado para que eu possa dizer algo a vocês e vocês possam me ouvir. Esse dizer e esse ouvir não são possíveis sem uma corrente de amor. As portas do coração somente se abrem para o amor. E lembre-se de que somente quando alguém ouve com o coração, e não com a cabeça, é que o ouvir acontece. Você pode me perguntar, 'o coração também ouve?' e eu lhe direi que sempre que o ouvir acontece, é sempre através do coração. A cabeça nunca ouviu qualquer coisa. A cabeça é uma pedra surda. E isso também é verdadeiro quanto ao falar. Somente quando as palavras vêm do coração, elas são cheias de significado. Somente quando as palavras vêm do coração, elas têm a fragrância das flores frescas; se não for assim, elas serão apenas envelhecidas e murchas, elas serão artificiais - flores plásticas. Eu vou derramar o meu coração em vocês, e se os corações de vocês permitirem-me entrar, haverá um encontro e uma comunicação. E então, naquele momento de encontro, aquilo que as palavras são incapazes de expressar, será comunicado. Muitas coisas não ditas serão ouvidas dessa maneira - aquilo que não pode ser colocado em palavras, aquilo que fica entrelinhas, também será comunicado. Palavras são indicações muito impotentes, mas se ouvidas em paz total da mente e em silêncio, elas se tornam potentes. Isso é o que eu chamo de ouvir com o coração. Mas, geralmente, mesmo quando ouvimos alguém, nós permanecemos cheios de nossos próprios pensamentos. Esse é o 'falso ouvir'. Então você não é um shravak, um ouvinte. Você está apenas sob a ilusão de que você está ouvindo, mas de fato você não está. Para 'ouvir corretamente', é necessário que a mente esteja em estado de observação, completamente silenciosa. Quando você está apenas ouvindo e nada mais está fazendo, somente então você será capaz de ouvir e compreender, e essa compreensão se tornará luz e transformação dentro de você. Se assim não acontecer, então você não está ouvindo a quem quer que seja, mas apenas a si mesmo, você permanece cercado por um tumulto enfurecido dentro de você. E quando você está envolvido dessa maneira nada pode ser comunicado a você. Então você parece estar vendo, mas não está; você parece estar ouvindo, mas não está. Cristo disse: 'aqueles que têm olhos para ver, que vejam. Aqueles que têm ouvidos para ouvir, que ouçam.' Estava ele dizendo que as pessoas não tinham olhos nem ouvidos? É claro que elas tinham olhos e ouvidos, mas a mera presença de olhos e ouvidos, não é suficiente para ver e ouvir. Algo mais é necessário e sem isso a existência ou não existência de olhos e ouvidos dá no mesmo. Aquele algo mais é o silêncio interior e a consciência observadora. Somente quando essas qualidades estão presentes é que as portas da mente se abrem e algo pode ser dito e ouvido. Eu espero que vocês me ouçam dessa maneira durante o período deste campo de meditação. Uma vez que vocês tenham aprendido isso, isso se tornará sua companheira por toda a vida. Isso será o suficiente para livrá-lo de preocupações triviais.Você poderá se despertar para o grande universo misterioso externo e você poderá experienciar a eterna e infinita luz de consciência escondida por trás do tumulto de sua mente. Ver corretamente e ouvir corretamente não são meras necessidades para este campo de meditação, são, na verdade, os pilares para todo um viver corretamente. Da mesma maneira que tudo é claramente refletido através de um lago totalmente calmo, sem ondas, também é verdade que o divino será refletido em você quando você se tornar calmo e quieto como o lago. Eu estou vendo um grande silêncio crescendo em vocês. Os seus olhos - a sede pela vida que eu vejo em vocês - estão me convidando a dizer aquilo que eu quero dizer. Eles estão me apressando a revelar as verdades que eu tenho visto e que mexeram com minha alma, porque os seus corações estão ansiosos e impacientes por compreendê-las.Vendo o quanto vocês estão desejosos e prontos, meu coração está também pronto para se derramar em vocês. Nessa paz que nos circunda, com o estado cheio de paz de suas mentes, eu certamente serei capaz de dizer o que quero dizer para todos vocês. Se eu tivesse encontrado ouvidos surdos diante de mim, eu iria me segurar. A luz não permanece do lado de fora quando ela encontra as portas de sua casa fechadas? Da mesma forma eu fico parado do lado de fora de muitas casas. Mas é um bom sinal as suas portas estarem abertas. É um bom começo. Amanhã de manhã começaremos a nossa jornada de experimento de meditação por cinco dias. Como suporte para isso, eu gostaria de dizer algumas poucas coisas para vocês. Para a meditação, para a percepção da verdade, o solo de suas mentes tem que estar preparado da mesma maneira que uma pessoa precisa preparar o solo para cultivar flores. Assim eu gostaria que vocês compreendessem alguns sutras, alguns pontos chaves. O primeiro sutra é: viva no presente. Durante os dias do Campo não se deixem levar pelo fluxo mecânico de seus pensamentos a respeito do passado e do futuro. É por causa disso que o momento vivo, o momento que realmente existe, é desperdiçado e se perde desnecessariamente. Nem o passado nem o futuro existem. Um é apenas a memória, o outro é apenas imaginação. Somente o presente é o momento vivo e verdadeiro. E se é para se conhecer a verdade, ela só pode ser conhecida se estivermos no presente. Durante esses dias de meditação, mantenham-se conscientemente livres do passado e do futuro. Aceite que eles não existem. Somente o momento em suas mãos, o momento em que você está, existe. Você tem que viver nele, e vivê-lo totalmente. Esta noite durma tão profundo como se todo o seu passado tivesse sido deixado de lado. Morra para o passado. E de manhã, acorde como um novo homem numa nova manhã. Não deixe que acorde aquele mesmo que foi para a cama. Deixe que aquele tenha um bom sono. Deixe que no lugar dele acorde o que está sempre novo e sempre revigorado. Mantenha continuamente em sua lembrança por todo o tempo esse viver no presente, e fique alerta para que aquele pensamento mecânico a respeito do passado e do futuro nem volte de novo. Para isso, é suficiente permanecer atento. Se você permanecer atento, ele não vai se desencadear. A consciência destrói o hábito. O segundo sutra é: viva naturalmente. Todo o comportamento do homem é artificial e formal. Nós sempre nos mantemos encobertos por um falso manto e por causa dessa coberta nós gradualmente esquecemos nossa própria realidade. Você tem que deixar cair essa pele falsa e jogá-la fora. Nós nos reunimos aqui, não para encenar um drama, mas para nos conhecermos, para compreendermos a nós mesmos. Da mesma forma que os atores de uma peça removem seus trajes e maquiagem e colocam-nos de lado após a apresentação, nestes cinco dias, você tem que remover suas falsas máscaras e jogá-las fora. Deixe que aquilo que é original e natural em você venha à tona e viva nisso. A meditação somente cresce numa vida simples e natural. Durante esses dias de meditação, saiba que você não tem que manter nenhuma posição, você não é especial, você não tem qualquer status. Jogue fora todas essas máscaras. Você é simplesmente você, um ser humano comum, sem nome, sem status, sem classe, sem família, sem casta - simplesmente uma pessoa sem nome, um indivíduo muito comum. Você tem que viver desse jeito. E lembre-se que essa é também a nossa verdadeira realidade. O terceiro sutra é: viva só. A vida de meditação nasce em completa solidão, quando a pessoa está totalmente só. Mas geralmente o homem nunca está só. Ele está sempre cercado pelos outros. E quando ele não está no meio da multidão externa, ele está em uma multidão interna. Essa multidão tem que ser dispersada. Não permita que a multidão se reúna dentro de você. E quanto ao lado de fora, viva por si próprio como se você estivesse sozinho neste Campo. Você não tem que manter relacionamentos com ninguém mais. No meio desses incontáveis relacionamentos vocês se esqueceram de vocês mesmos. Todos esses relacionamentos - nos quais vocês são amigos ou inimigos de alguém, pai ou filho, esposa ou marido - absorveram vocês de tal maneira que vocês são incapazes de conhecer a si mesmos em suas próprias individualidades. Alguma vez vocês já tentaram imaginar o que vocês são, fora de todos esses seus relacionamentos? Alguma vez vocês já se livraram das vestimentas desses relacionamentos e viram a si mesmos sem elas? Distancie vocês mesmos de todos esses relacionamentos e vejam que vocês não são filhos de seus pais e mães, não são os maridos de suas esposas, nem o pai de suas crianças, nem o amigo de seus amigos, nem o inimigo de seus inimigos - e o que sobra é o seu verdadeiro ser. Aquela entidade remanescente é o que você é em si mesmo. Durante esses dias você tem que viver sozinho nesse ser. Seguindo esses sutras, a sua mente chegará a um estado, o qual é uma necessidade absoluta para a compreensão da paz e da verdade. Ao lado desses três sutras, eu quero explicar a vocês os dois tipos de meditação que nós começaremos a fazer a partir de amanhã de manhã. A primeira meditação é para a manhã. Durante essa meditação você deverá manter sua coluna espinhal ereta, fechar os seus olhos e manter o seu pescoço reto. Seus lábios devem estar fechados e sua língua deve tocar o céu da boca. Respire devagar, mas profundamente. Mantenha a sua atenção próxima do umbigo. Mantenha-se alerta quanto ao tremor que você sentir no umbigo devido à respiração. Isso é tudo o que vocês têm que fazer. Esse experimento acalma a mente e esvazia os pensamentos completamente. A partir desse vazio a pessoa finalmente entra dentro de si mesma. A segunda meditação é para a noite. Estenda seu corpo no chão confortavelmente e deixe todos os seus membros se relaxarem completamente. Feche seus olhos e por cerca de dois minutos sugira a você mesmo que o corpo está relaxando. Gradualmente o corpo se tornará relaxado. Então, por dois minutos sugira que sua respiração está se tornando quieta e sua respiração se tornará quieta. Finalmente por outros dois minutos, sugira que seus pensamentos estão parando. Essa sugestão firme o levará a um completo relaxamento, tranqüilidade e vazio. Quando a mente se tornar completamente calma, esteja completamente acordado em seu ser interior e seja uma testemunha dessa paz. Esse testemunhar levará você ao seu ser. Vocês devem fazer essas duas meditações. Na verdade elas são estratagemas artificiais e vocês não devem se agarrar a elas. Com ajuda delas, a inquietação das mentes se dissolve. E da mesma forma que não mais precisamos da escada ao completarmos a subida, um dia nós também iremos deixar esses estratagemas. A meditação atinge a perfeição no dia em que ela se torna desnecessária. Esse estado é o verdadeiro samadhi, iluminação. Agora a noite já está avançada e o céu está coberto de estrelas. As árvores e os vales já foram dormir. Nós também vamos dormir agora. Como tudo isso é quieto e silencioso! Nós também vamos nos fundir nesse silêncio. Num sono profundo, num sono sem sonhos, nós vamos para o lugar onde o divino habita. Esse é o samadhi espontâneo, não-consciente que a natureza deu para nós. Através da meditação, nós também alcançamos esse mesmo espaço, mas com a meditação nós permanecemos conscientes e alertas. Essa é a única diferença. E essa é realmente uma grande diferença. Numa situação nós vamos dormir e na outra nós nos tornaremos acordados. Vamos agora dormir com a esperança de que o despertar também se tornará possível. Quando a esperança é acompanhada por determinação e empenho, ela certamente se realiza. É possível que a existência nos guie ao longo do caminho. Essa é a minha única prece." OSHO - The Perfect Way

sábado, 8 de fevereiro de 2014

O MEDO DA SOLIDÃO

O medo da solidão Ninguém quer ficar sozinho. Todo mundo quer pertencer à multidão – não apenas à multidão, mas a muitas multidões. A pessoa pertence a um grupo religioso, a um partido político, ao rotary club... e existem muitos outros grupinhos a que pertencer. A pessoa quer apoio vinte e quatro horas por dia, porque o falso não se sustenta sem apoio. No momento em que a pessoa fica sozinha, ela começa a sentir uma estranha loucura. Não se trata apenas do seu medo, trata-se do medo de todo mundo. Porque ninguém é o que deveria ser na vida. A sociedade, a cultura, a religião, a educação conspiram todos contra as crianças inocentes. Todos eles têm poderes – a criança é indefesa e dependente. Então eles fazem dela o que querem. Eles não deixam que nenhuma criança siga o curso natural da sua vida. Eles fazem tudo para que os seres humanos tenham uma utilidade. Quem garante que, se deixarem uma criança crescer por si mesma, ela vai servir aos interesses deles? A sociedade não está preparada para assumir esse risco. Ela se apodera da criança e começa a moldá-la, fazendo com que ela se transforme em algo de que a sociedade necessite. Num certo sentido, ela mata a alma da criança e dá a ela uma falsa identidade, de modo que ela nunca encontre a sua alma, o seu ser. A falsa identidade é um substituto. Mas esse substituto só é útil enquanto você está no meio da multidão que lhe deu essa falsa identidade. No momento em que você está sozinho, o falso começa a se despedaçar e o verdadeiro reprimido começa a se expressar. Por isso o medo de ficar sozinho. Você acredita que é alguém, e de repente, num momento de solidão, você começa a perceber que não é o que pensava. Isso dá medo; então quem é você? Vai levar algum tempo até o verdadeiro se expressar. O intervalo entre os dois é chamado pelos místicos de "noite escura da alma" – uma expressão bem apropriada. Você não é mais o falso e ainda não é o verdadeiro. Você está no limbo, não sabe quem você é. No Ocidente, principalmente, o problema é até mais complicado. Porque não desenvolveram nenhuma metodologia para descobrir o verdadeiro o mais rápido possível e abreviar essa noite escura da alma. O Ocidente não sabe nada a respeito da meditação, e a meditação é só um nome para "ficar sozinho, em silêncio, esperando que o verdadeiro se firme". Ela não é uma ação; é um relaxamento silencioso – porque qualquer coisa que você faça virá da sua personalidade falsa – anos de uma personalidade falsa imposta pelas pessoas que você amou, que você respeitou – e elas não tinham intenção de lhe fazer nenhum mal. As intenções delas eram boas, elas só não tinham consciência. Não eram pessoas conscientes – os seus pais, os seus professores, os seus sacerdotes, os seus políticos – eles não eram pessoas conscientes, pelo contrário. E até uma boa intenção nas mãos de pessoas inconscientes vira um veneno. Portanto, sempre que você está sozinho, surge um medo profundo – porque de repente o falso começa a desaparecer, e o verdadeiro vai demorar um tempo. Faz anos que você o perdeu. Você terá de levar em conta que essa lacuna tem de ser transposta. A multidão é essencial para que o eu falso exista. No momento em que está sozinho, você começa a entrar em pane. É então que você precisa entender um pouquinho de meditação. Não se preocupe, aquilo que pode desaparecer é bom que desapareça. Não há razão para se agarrar a isso – isso não é seu, não é você. Ninguém mais pode responder à pergunta, "Quem sou eu?" – você saberá. Todas as técnicas de meditação ajudam a acabar com o falso. Elas não dão a você o verdadeiro – ninguém pode dar isso a você. Nada que possam lhe dar pode ser verdadeiro. O verdadeiro você já tem; basta jogar fora o falso. A meditação é só a coragem de ficar em silêncio e sozinho. Bem devagarzinho, você começa a sentir uma nova qualidade em si mesmo, uma nova vivacidade, uma nova beleza, uma nova inteligência – que não é emprestada de ninguém; ela brota dentro de você. Ela tem raízes na sua existência. E, se você não for covarde, isso fruirá, florescerá. Osho, em "Emoções: Liberte-se da Raiva, do Ciúme, da Inveja e do Medo Publicado por: Swami Dharma Grahi – (Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.