segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

OSHO, O QUE É A ANGÚSTIA?

Osho, o que é angustia? É apenas um outro nome para a ansiedade? A angústia tem algo da ansiedade, mas ela não é apenas ansiedade. É muito mais, muito mais profunda. Ansiedade quer dizer que você está preocupado com um determinado assunto, num estado de indecisão. Você não sabe se deve ou não fazer certa coisa, qual será a forma certa de fazê-la, o que escolher... - há tantas formas. Você está sempre numa encruzilhada. Todos as formas parecem similares; certamente, levando a algum lugar. Mas será que levam à meta que você está aspirando? A ansiedade é essa condição de fazer ou não fazer, de escolher isto ou escolher aquilo. Mas o objeto da ansiedade é claro: você está indeciso sobre as formas de fazer, indeciso sobre duas pessoas, indeciso sobre dois empregos. A angústia não tem nenhum objeto determinado. A angústia é sentida por pessoas muito raras. A ansiedade é sentida por todos: tratase de uma experiência comum. A angústia é sentida somente pelos gênios, pelos mais altos picos de inteligência. Ela não tem nenhum objeto determinado: não há nada para você escolher entre duas alternativas, nenhum "isto ou aquilo". Não existe nenhuma questão de escolha. Então, qual é o problema com a angústia? Vou tentar explicar. É um pouco difícil de compreender, mas não impossível. Nasce uma rocha, nasce uma árvore, nasce um leão, nasce uma águia... - mas estes diferem do homem. A diferença é esta: neles, o ser precede a existência. Por exemplo, uma pedra. Ela é viva, ela cresce. Os Himalaias ainda estão crescendo - trinta e poucos centímetros a cada ano. Alguém pode dizer a ele: "Ora, isso não tem sentido, você já é o mais alto. Não se dê tanto trabalho!". Deve ser algo perturbador: milhares de quilômetros, milhares de picos, o trabalho deve ser enorme. Até mesmo crescer trinta e poucos centímetros a cada ano, não é nenhuma coisinha para os Himalaias. "E agora não há mais necessidade. Por maior que você se torne, você somente permanecerá a montanha mais alta do mundo. Você já ultrapassou todas as montanhas, deixou-as muito lá atrás.". Mas os Himalaias continuam crescendo, ele é um ser vivo. As montanhas não compreendem. O homem não compreende... - o que dizer das montanhas?! Uma rocha, uma árvore, um leão, uma águia... - a essência deles precede a existência. O que eles vão ser, eles já estão programados para ser. Aquela é a essência deles. Uma rosa vai ser uma rosa. Mesmo antes das flores surgirem, você sabe que aquelas flores não vão ser cravos-de-defunto. A árvore é de rosas; a essência da rosa já está ali - simplesmente a existência tem que acontecer. O programa básico já é provido pela natureza, tem apenas de ser manifesto. Será bom lembrarmos aqui de uma certa descoberta em décadas passadas, que aconteceu na União Soviética. Um simples fotógrafo amador, mas um verdadeiro gênio criativo - usando suas câmeras, seus estúdios, a química e a fotografia - estava tentando descobrir diferentes modos de trazer algo novo para a fotografia. E, por acaso, ele fez uma das maiores descobertas da história humana: a fotografia Kirlian. Ele pode tirar uma foto de um botão de rosa. Ele refinou seus instrumentos de tal modo, que a pessoa põe o botão de rosa em frente de sua câmera, e ele tira a foto da flor que o botão vai se tornar. Ele capta a essência que ainda não está manifesta, mas que, de algum modo, está manifesta, porque a câmera a capta. Nossos olhos não são capazes de captá-la. E quando a rosa floresce é estranho, mas ela é exatamente igual a que a foto mostrou. De algum modo, a energia da rosa que mais tarde se torna visível para nossos olhos, estava se movendo no mesmo padrão em que flor iria se tornar. Era uma flor de energia, apenas puros raios de luz e cor, mas exatamente na mesma forma, preparando a base para a manifestação. A câmara capta esses raios e lhe dá uma cópia da futura rosa. Talvez, amanhã ou depois de amanhã, ela se torne disponível a seus olhos. Isso quer dizer que a rosa, antes de se tornar existente, já existe em essência. Desse modo, a afirmação: a essência precede a existência. No homem, a existência precede a essência. Primeiramente, ele nasce e depois, ele começa a descobrir o que ele pode ser. Essa é a angustia. Ele não tem nenhum programa, nenhuma diretriz determinada, dada pela natureza, nenhum mapa a seguir. Ele é deixado apenas como pura existência. Ele tem de descobrir tudo sobre si mesmo. A vida é um desafio a cada momento; assim, a todo momento ele tem de escolher. Sempre que ele tem de escolher, há ansiedade - mas a ansiedade é particular. A angústia é uma estado geral do ser humano. Ele está em angústia desde o nascimento até a morte, porque ele não tem meio de saber qual é o seu destino, onde ele irá parar. É claro, muito poucas pessoas sentem angústia, porque muito poucas pessoas são assim tão cônscias de si mesmas, de suas existências, de para onde estão indo, do que estão se tornando, do que vai acontecer. Elas vivem muito interessadas no trivial. O trivial cria ansiedade. E sempre que há escolha, há ansiedade. Assim, todo mundo, a cada passo, a cada momento de sua vida, encara a ansiedade. A ansiedade é comum, um acontecimento diário. A angústia é muito profunda. As duas palavras vêm da mesma raiz; daí, a questão. Na angústia, há alguma ansiedade, porque você está preocupado, interessado. Mas o interesse não é relativo a qualquer trabalho, a qualquer coisa, a qualquer coisa em particular - não, é uma vaga sensação geral de: "O que sou eu?". Um dos maiores visionários indianos desta era, Raman Mahrishi, tinha somente uma mensagem para todo mundo. Ele era um homem simples, não era um erudito. Ele saiu de casa quando tinha dezessete anos de idade - não tinha muita instrução. Era uma mensagem simples. A quem quer que chegasse até ele - e as pessoas vinham de todas as partes do mundo - tudo o que ele dizia era: "Sente-se num canto, em qualquer lugar...". Ele morava numa colina, Arunachal, e ele tinha determinado a seus discípulos que fizessem cavernas na colina. Havia muitas cavernas. "Vá e sente-se numa caverna, e apenas medite nisto: ‘Quem sou eu?'. Tudo o mais são apenas explicações, experiências, esforços para traduzir essas experiências em linguagem. A única coisa verdadeira é esta questão: Quem sou eu?". Eu entrei em contato com muitas pessoas, mas jamais entrei em contato com Raman Maharishi - ele morreu quando eu era muito novo. Eu não pude ver Raman, mas encontrei muitas pessoas que tinham sido discípulos dele, mais tarde, quando eu estava viajando. Quando fui até Arunachal, eu me encontrei com seus discípulos mais íntimos, que já estavam muito velhos então. E não encontrei nem um único que tivesse compreendido a mensagem daquele homem. Não era uma questão da língua, porque eles todos sabiam o Tamil: era uma questão de uma perspectiva e de uma compreensão totalmente diferentes. Raman tinha dito: "Olhe para dentro e descubra quem é você.". E o que faziam aquelas pessoas quando eu fui lá? Elas transformaram aquilo numa cantilena! Elas se sentavam e entoavam: "Quem sou eu? Quem sou eu? Quem sou eu?" - exatamente como qualquer outro mantra. Há pessoas que estão fazendo seus Japas : "Rama, Rama, Rama", ou "Hari Krishna, Hari Krishna, Hari Krishna"... Em Arunachal, eles estavam usando essa mesma tecnologia para uma coisa totalmente diferente, que Raman jamais teria pensado. E eu disse aos discípulos dele: "O que vocês estão fazendo não é o que ele pretendia. Repetindo 'Quem sou eu?', vocês acham que alguém vai responder? Vocês continuarão a repetir isso por toda a vida e nenhuma resposta virá.". Eles disseram: "Por um lado estamos fazendo o que compreendemos que ele pretendia. Por outro lado, não podemos dizer que você está errado, porque passamos a nossa vida toda cantando quem sou eu, quem sou eu, quem sou eu?..." - claro que em Tamil, na língua deles - "mas nada aconteceu.". Eu disse: "Vocês podem continuar cantando isso durante muitas vidas mais - nada vai acontecer. Não é uma questão de cantar 'quem sou eu?'. Vocês não têm de pronunciar nem uma única palavra, têm simplesmente de ficar silenciosos e ouvir. No começo, vocês descobrirão, como moscas voando ao seu redor, milhares de pensamentos, desejos, sonhos - sem nenhuma relação, irrelevantes, insignificantes. Vocês estão no meio da multidão, num zumbido. Simplesmente fiquem quietos e sentem-se nesse bazar que é a sua mente.". 'Bazar' é uma linda palavra. O inglês tomou-a emprestado do Oriente, mas talvez eles não saibam que ela vem de 'zumbir': um bazar é um lugar que está continuamente fazendo barulho. E sua mente é o maior bazar que existe. Na mente de cada um, num crânio tão pequeno, cada um de vocês está carregando um enorme bazar. E vocês ficarão surpresos de saber que muitas pessoas residem dentro de você - tantas idéias, tantos pensamentos, tantos desejos, tantos sonhos! Vá observando e sente-se silenciosamente no meio do bazar. Se você começar a dizer "quem sou eu?", você se torna parte do bazar - você começou a zumbir. Não seja um zumbidor: simplesmente fique em silêncio. Deixe continuar aquele bazar todo: você permanece o centro do ciclone. Sim, é preciso ter um pouco de paciência. Não é previsível a que horas vai parar o burburinho dentro de você. Mas uma coisa pode ser dita com certeza: ele vai parar numa hora ou noutra. Depende de você, quanto de bazar você tem, por quantos anos você o tem carregado, por quantas vidas você o carregou, quanto nutrimento você lhe deu, e quanto de paciência você tem para se sentar silenciosamente no meio dessa multidão louca ao seu redor - enlouquecendo-o, puxando-o de todos os lados. Você está ciente da ansiedade. Mas você não está ciente da angústia ainda. Em primeiro lugar, quando você sentir angústia, você sentirá em tremendo tormento, uma profunda depressão... - um abismo insondável se abrindo diante de você, e você caindo nele. É terrível no começo, mas somente no começo. Se você puder ser paciente, só um pouquinho paciente, e permitir o que quer que aconteça, logo, logo, você ficará ciente de uma nova qualidade em seu ser: tudo o que está acontecendo está ao seu redor, não está acontecendo em você. É algo externo, não interno. Até mesmo sua própria mente é algo do exterior. No centro mais recôndito, há somente uma coisa. Esta coisa é: o testemunhar, a observação, a atenção, a consciência. E é a isso que eu chamo de meditação. Sem a angústia você não pode meditar. Você tem de passar através do fogo da angústia. Ele queimará o lixo e o deixará mais limpo e rejuvenescido. E o seu ser não está muito distante. Ele está aí, muito perto, mas simplesmente o zumbido de todos os pensamentos não lhe permite ouvi-lo, vê-lo, senti-lo. A angústia é a indagação dentro da própria pessoa, pondo a interrogação nela mesma. Vocês têm perguntado coisas como "quem é Deus?" e "quem criou o mundo?". Todas essas perguntas são apenas para mentes retardadas. Uma mente madura tem somente uma questão. Nem mesmo duas, apenas uma única questão: "Quem sou eu?". E isso também você não tem de perguntar verbalmente, você tem apenas de estar no estado de questionamento. Você não tem de repetir "quem sou eu?", você tem apenas de estar presente, atento, olhando... não perguntando verbalmente, mas perguntando existencialmente. E essa questão existencial é terrível no começo, dolorosa no começo, mas traz todas as bênçãos no final. Gautama, O Buda, disse: "Meu caminho no começo é amargo, mas no fim é muito doce.". Que caminho? Ele não está falando sobre a religião budista - embora seja dessa forma que os monges budistas irão interpretar. Ele está falando sobre o caminho do qual eu estou falando - o caminho que o leva para dentro. Sim, ele é amargo no começo, mas doce no fim. Ele é como a morte no começo e é a vida eterna no fim. E todas as bênçãos da existência são suas. Você fica tão abençoado que pode abençoar toda a existência. Esse é o significado da palavra ‘Bhagwan’; O Abençoado O Abençoado nasce da angustia.

sábado, 24 de novembro de 2012

OS HUMORES NO RITMO DA VIDA

Existem três ciclos na existência humana. O primeiro ciclo é o físico. Ele leva vinte e três dias para se completar e ele afeta uma ampla extensão de fatores físicos, incluindo resistência à doença, força, coordenação e as outras funções básicas do corpo e a sensação de bem estar físico. O segundo ciclo é emocional.. Ele leva vinte e oito dias para se completar, assim como no corpo feminino a menstruação leva vinte e oito dias para vir. Só agora a ciência está descobrindo que o homem também tem um tipo de período mensal e que depois de vinte oito dias ele acontece. O período feminino é visível e físico. O período do homem não é visível nem físico; é mais psicológico, mais emocional, mas ele acontece. O ciclo emocional governa a criatividade, sensibilidade, saúde mental , humor, percepção do mundo e de nós mesmos. Quando a mulher tem o seu período, por três , quatro ou cinco dias ela está em miséria, triste, negativa, deprimida, morta , se sentindo muito para baixo, nervosa, mexida. Mas a mulher se acostumou a isto porque ele é visível. Aos poucos elas aprendem que isto tem que ser assim, então aos poucos elas não são tão infelizes. Isto é uma coisa de todo mês e tão visível, assim as coisas se acomodam. Mas o problema do homem é mais difícil. A menstruação está lá – a menstruação masculina – mas ela não é visível e você não sabe de onde ela vem e quando ela vem....Ela é um ciclo de vinte e oito dias no corpo; ela segue a lua. Assim sempre que existir uma lua você ficará mais feliz e sempre que não existir uma lua você será mais infeliz. E então finalmente o terceiro ciclo. O terceiro ciclo é o ciclo intelectual. Ele toma lugar em um período de trinta e três dias. Ele regula a memória, a atenção, a receptividade ao conhecimento, e as funções lógicas e analíticas. A primeira metade de cada período é positiva e a segunda metade, negativa. Por algum tempo você está na fase negativa, depois na positiva e vice versa..Quando todos os três ciclos estão no positivo, picos de prazer e êxtase acontecem. E quando todos os três ciclos estão no negativo, você vive o inferno. Céu significa que todos os três estão no positivo e inferno é o outro extremo. E estar livre dos dois é nirvana, moksha, liberdade absoluta Você apenas tem que entender as suas fases e ficar um pouco mais atento. Comece mantendo um diário sobre estas fases negativas. Dentro de três,quatro meses, você será capaz de fazer o seu gráfico e então você poderá predizer que na próxima segunda-feira você estará de mau humor. Nos tempos antigos os yogis costumavam fazer estes gráficos. A ciência do biorritmo era bem conhecida e praticada nas escolas de Yoga e Sufi . E estes gráficos eram muito úteis porque se você sabe que na primeira semana de cada mês você se torna muito , muito negativo, então algumas coisas podem ser evitadas. Na primeira semana não faça nada daquilo que você possa se arrepender depois; não lute, não fique com raiva. As pessoas que realmente seguem estes gráficos não irão nem sair de seus quartos. Eles não farão nada nestes sete ou quatro ou três dias, porque tudo o que eles fizerem será errado. E então você sabe quando o seu humor positivo vem. Este é o momento de se relacionar, de ir para as pessoas, de encontrar, e nada dará errado.Você estará em um estado completamente diferente. Olhando desse jeito, dentro de seis. oito meses você será capaz de se tornar uma testemunha e então nada perturba. Então você sabe que os ciclos são apenas parte da natureza – nada é pessoal. Vendo isto, você começa a Transcender. Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de meditação.

TERAPIAS TRANSPESSOAIS

Meus cumprimentos As experiências de meditação que serão feitas aqui trarão seu sofrimento à superfície. Essas experiências trarão seu sofrimento do inconsciente para o consciente ; e quando o sofrimento torna-se consciente, ele pode evaporar-se. Nada jamais se evapora do inconsciente. Você continua a recalcar sua dor, sua raiva, Se você veio, se ouviu meu chamado, agora seja corajoso; Não se detenha ! Não importa o que eu diga ; entre nisso tão totalmente quanto possível . Se você está disposto a ser corajoso, posso fazer muito. Muita coisa é possível se você cooperar comigo. Basta que coopere e torne-se aberto ; então posso fazer novos ajustamentos, uma sintonização. E, uma vez sintonizado, toda a existência torna-se diferente, pois agora você pode ouvir a harmonia cósmica, a música cósmica. Uma vez sintonizado com o infinito, você nunca será novamente o mesmo. Se entrar em sintonia , mesmo que seja por um único momento, você nunca será novamente o mesmo Através das experiências de meditação que estaremos fazendo aqui, meu esforço consistirá em sintonizá-lo. Mas será necessário sua cooperação. Você pode criar barreiras, pode criar obstáculos, pode se opor a mim. Se você resistir , nada acontecerá. Então você dirá que nada aconteceu, mas a responsabilidade é sua. Se nada acontecer, você será o responsável, pois isso significa que você não permitiu, não se entregou, não deixou acontecer. Lembre-se desta expressão durante todo o campo: deixe acontecer. Mas não apenas se lembre dela, sinta-a. Permaneça numa atitude de entrega, disponível a qualquer coisa que aconteça, a qualquer coisa que eu faça . Permita , seja vulnerável, aberto. Mesmo que a morte ocorra , esteja pronto. Sómente então a vida acontecerá a você. Se você puder confiar em mim,então algo será possível.Confiar significa, fundamentalmente, que você está deixando tudo em minhas mãos. Mesmo se a morte ocorrer,você não se queixará .E se puder chegar a esse ponto,se estiver preparado para confiar em mim a esse ponto ,se estiver preparado para confiar em mim e esse ponto, então você não será a mesma pessoa quando retornar do campo. E quando você teve um vislumbre do infinito, o mundo todo torna-se novo. Durante todo o campo, sinta uma profunda entrega. A primeira coisa a ser lembrada é : deixe acontecer, entregue-se. A segunda coisa a ser lembrada continuamente é a palavra agora. A-G-O-R-A. Não se mova para o passado, não se mova para o futuro. Permaneça com o momento. Sempre que você sentir que sua mente está retrocedendo – pensando no passado, vivendo de memórias – traga-a outra vez de volta para o agora. Ou, se sentir que sua mente está se projetando em direção ao futuro, traga-a de volta para o agora. Se estiver comendo, então coma - não faça outra coisa, Se estiver caminhando, então caminhe – não faça outra coisa. Se estiver ouvindo, então ouça - não faça mais nada. Se estiver meditando, então medite – nada mais. Permaneça com o momento, aqui e agora .Isso deverá ser o seu esforço constante. No começo você o sentirá como algo extenuante, devido a seus velhos hábitos ; mas quando você entrar profundamente nisso, o esforço desaparecerá. Pela primeira vez, você se sentirá totalmente não-tenso, pois no agora nenhuma tensão é possível. Assim, a segunda coisa a ser lembrada é permanecer no agora. Não vá para cá e para lá ; permaneça no momento presente. É difícil mas, desde que você o sinta uma vez, torna-se muito fácil, simples, natural. A terceira coisa : coloque toda a sua energia nas técnicas de meditação. Esforços pela metade não adiantarão. Você estará simplesmente desperdiçando tempo e energia. Um certo pico - um máximo - é necessário. Só então você pode ser transformado numa outra dimensão. Assim, coloque toda a sua energia em cada técnica que praticaremos aqui. Só então um determinado nível é alcançado e você deixa de ser a antiga pessoa. O antigo desaparece, evapora, e um novo fenômeno passa a existir. Assim, não se retraia, não se divida. Entre totalmente em cada técnica. Coloque nela toda a sua mente e corpo ; não deixa nada para trás. E então eu lhe prometo que você não sairá daqui como chegou. Você estará novo , ressucitado. O desconhecido terá acontecido a você. Isso é certo, é cientifico - mas você precisa cumprir as sua angústia, sua violência. Tudo que existe dentro de você é empurrado para o inconsciente. Seu inconsciente tornou-se uma ferida ; transformou-se num inferno.. Esse inferno precisa ser trazido para fora. Se você realmente entrar na dimensão celeste, precisará atravessar o inferno. Será necessário coragem : coragem para passar pelo inferno, coragem para renascer. Quando digo renascer, é isso mesmo o que quero dizer. Você passará por uma morte e então renascerá. A meditação é uma morte ; morrer para o passado, morrer completamente enquanto ego. O que fazer ? Como morrer para que uma nova vida nasça em você ? Como morrer para que você possa ressuscitar novamente ? Jesus diz que a menos que uma semente morra, não poderá se tornar uma árvore, não poderá germinar. Vocês são semelhantes a sementes, sementes da flor divina e, a menos que morram enquanto sementes, o florescimento jamais será possível . Vocês têm carregado suas sementes por muitas vidas, por milhões de anos. Cada momenro é o momento certo, se você está pronto. A semente pode morrer e uma nova vida pode ressurgir, uma nova vida pode nascer. condições. In memóriam Osho : Eu sou a porta.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

FAZER AMOR COMO UMA MEDITAÇÃO

O tantra sempre foi incompreendido. Não pode ser compreendido por pessoas comuns; elas tendem a não entendê-lo. É uma forma de prece, nada tem ver com sexo. Mesmo fazer amor nada tem a ver com sexo. Quando ele se torna uma meditação, uma prece - somando a fusão e a reunião e a absorção de energias em um espírito de prece -, não é apenas entretenimento ou brincadeira, é devoção. Essa é a técnica tântrica para considerar o ato de fazer amor uma meditação. Enquanto estiver sendo acariciado, penetre na carícia como se fosse uma vida duradoura. Essa técnica se preocupa com o amor, porque o amor é a coisa mais próxima em sua experiência durante a qual você fica relaxado. Se você não consegue mudar o amor, é impossível que você relaxe. Se você consegue relaxar, sua vida se torna uma vida amorosa. Uma pessoa tensa não consegue amar. Por quê? Uma pessoa tensa sempre vive tendo propósitos. Uma pessoa tensa pode ganhar dinheiro, mas não consegue amar porque o amor é destituído de propósitos. O amor não e uma commodity. Você não pode acumulá-lo; não pode obter saldo bancário com ele; não pode reforçar seu ego graças a ele. Realmente, o amor é o ato mais absurdo, sem significado para além dele, sem propósito para além dele. Ele existe para si mesmo. não para nenhuma outra finalidade. Você ganha dinheiro para algo - é um meio. Você constrói uma casa para alguém morar nela - é um meio. O amor não é um meio. Por que você ama? Para que você ama? O amor é um fim em si. É por esse motivo que uma mente que calcula e emprega a lógica, uma mente que pensa em termos de propósito, não consegue amar. E a mente que sempre pensa em termos de propósito ficará tensa, porque o propósito só pode ser realizado no futuro, nunca no aqui e no agora. Você está construindo uma casa - você não pode viver nela em caráter imediato, não agora. Você ganha dinheiro - o saldo bancário será criado no futuro, não agora. Os meios estão no presente e os fins ocorrerão no futuro. O amor está sempre aqui; para ele não existe o futuro. É por isso que o amor está tão próximo da meditação. É por isso que a morte também se encontra tão próxima da meditação - porque a morte sempre ocorre no aqui e no agora; ela não pode acontecer nunca no futuro. Você consegue morrer no futuro? Você consegue morrer só no presente. Alguém alguma vez morreu no futuro? Como você pode morrer no futuro? Ou como você pode morrer no passado? O passado se foi, não existe mais, portanto você não pode morrer nele. A morte sempre ocorre no presente. Morte, amor, meditação - todos ocorrem no presente. Portanto, se você tem receio da morte, não consegue meditar. Se você tem receio da meditação, sua vida será inútil. Inútil não no sentido de algum propósito, mas inútil no sentido de que você nunca será capaz de sentir alguma alegria nela. Ela será fútil. Pode parecer estranho vincular esses três conceitos: amor, meditação e morte. Não é! São experiências similares. Então se você puder ter um deles, poderá ter os outros dois. Essa técnica se preocupa com o amor. Ela afirma: "Enquanto estiver sendo acariciado, penetre na carícia como se fosse uma vida duradoura". O que isso significa? Muitas coisas! Uma: enquanto você está sendo amado o passado terminou e o futuro não existe. Você se move na dimensão do presente. Você se move no agora. Você já amou alguém? Se já amou, então sabe que a mente não se encontra mais lá. É por isso que os assim denominados homens sábios dizem que os amantes são cegos, perdem a mente, tornam-se enlouquecidos. O que dizem está certo em essência. Os amantes são cegos porque não possuem olhos para o futuro a fim de prever o que pretendem fazer. Eles são cegos; não conseguem enxergar o passado. O que aconteceu aos amantes? Eles simplesmente se movem no aqui e no agora sem ter nenhuma consideração a respeito das conseqüências. É por isso que são chamados de cegos. Eles o são! Para aqueles que fazem cálculos, eles são cegos - e para aqueles que não fazem cálculos, são videntes. Aqueles que não são calculistas encararão o amor como o ato real de ver, a visão real. Portanto, o primeiro aspecto é que no momento do amor o passado e o futuro deixam de existir. Por isso deve-se entender um ponto delicado. Quando não há passado nem futuro, você pode considerar este momento presente? O presente existe apenas entre os dois. Ele é relativo. Se não existe o passado e o futuro, o que significa falar sobre o presente? Ele não tem significado. É por isso que Shiva não usa a palavra presente. Ele diz "vida eterna". Ele quer dizer eternidade... vocêentra na eternidade. Dividimos o tempo em três partes - passado. presente e futuro. Essa divisão é falsa, totalmente falsa. O tempo realmente é passado e futuro. O presente não é parte do tempo. O presente é parte da eternidade. O que passou é o tempo; o que virá é o tempo. O que é o presente não representa o tempo porque nunca passa - encontra-se sempre aqui. O presente está sempre aqui. Encontra-se sempre aqui! Este presente é eterno. Se você se mover do passado, nunca entrará no presente. Do passado você sempre se moverá para o futuro; não haverá nenhum momento que seja o presente. Do presente você nunca pode mover-se para o futuro. A partir do presente você pode penetrar cada vez mais profundamente no mais presente e mais no presente. Isto é vida eterna. Podemos dizer da seguinte maneira: do passado para o futuro é o tempo. Tempo significa que você se desloca em um plano, em uma linha reta. Pode-se denominá-la horizontal. No momento em que você estiver no presente a dimensão se altera: você se move verticalmente - para cima ou para baixo, em direção às alturas ou às profundezas. Porém, em seguida, você nunca se desloca horizontalmente. Buda e Shiva vivem na eternidade, não no tempo. Perguntaram a Jesus: "O que acontecerá em seu Reino de Deus?". O homem que lhe perguntou não estava indagando a respeito do tempo. Estava perguntando a respeito do que aconteceria a seus desejos, a respeito de como seriam satisfeitos. Ele estava perguntando se haveria vida eterna ou se haveria morte; se haveria infelicidade, se haveria pessoas inferiores e superiores. Ele estava indagando a respeito de aspectos terrenos quando perguntou: "O que acontecerá em seu Reino de Deus?". E Jesus respondeu - a resposta foi idêntica à de um monge zen: "O tempo deixará de existir". O homem que recebeu essa resposta pode não ter compreendido o que significava "O tempo deixará de existir". Jesus disse essa frase porque o tempo é horizontal e o Reino de Deus é vertical.., ele é eterno. Ele está sempre aqui! Você precisa apenas se afastar do tempo a fim de penetrá-lo. Portanto, o amor é a primeira porta. Por ela você pode se afastar do tempo. É por isso que todos desejam ser amados, todos querem amar. E ninguém sabe por que se atribuiu tanto significado ao amor, por que há um anseio tão profundo pelo amor. E a não ser que você o conheça de modo certo, você não consegue amar nem ser amado, porque o amor constitui um dos fenômenos mais profundos neste planeta. Continuamos a pensar que todos são capazes de amar, de modo idêntico a ele ou a ela. Esse não é o caso - não é dessa maneira. É por isso que você está frustrado. O amor constitui uma dimensão diferente e, se você tentar amar alguém, com o passar do tempo fracassará em seu esforço. Com o decorrer do tempo o amor não é possível. Olho à minha frente e existe uma parede; movimento meus olhos e existe o céu. Quando você olha o tempo, há sempre uma parede. Quando você olha para além do tempo, há o céu aberto... infinito. O amor abre o infinito, a eternidade da existência. Então realmente, se você já amou, o amor pode ser transformado em uma técnica de meditação. Esta é a técnica: enquanto estiver sendo amado, penetre no amor como unia vida eterna. Não seja um amante que permanece distante e no exterior. Torne-se amoroso e entre na eternidade. Quando você está amando alguém, você se encontra presente como o amante? Se você estiver presente, então estará no ritmo e o amor é falso. Se você ainda estiver presente e puder dizer "Eu estou", então você pode estar fisicamente perto, mas espiritualmente estará muito distante. Enquanto estiver apaixonado, você não pode existir - só existe o amor e o ato de amar. Quando estiver acariciando seu amante ou ente querido, transforme-se na carícia. Enquanto estiver beijando, não seja aquele que beija ou é beijado - seja o beijo. Esqueça completamente o ego, dissolva-o no ato. Mova-se para o ato tão completamente a ponto de o ator deixar de existir. E se você não consegue se mover para o amor, é difícil passar a comer ou a caminhar - muito difícil, porque o amor é o modo mais fácil para dissolver o ego. É por isso que os egoístas não conseguem amar. Eles podem falar a respeito dele, podem celebrá-lo, podem escrever a respeito dele, mas não podem amar. O ego não consegue amar! Torne-se amoroso. Quando estiver abraçado, torne-se o abraço, torne-se o beijo. Esqueça de si mesmo tão completamente para poder dizer: "Não existo mais. Só o amor existe". Então o coração não está batendo, mas o amor está pulsando. Então o sangue não está circulando, o amor está circulando. E os olhos não estão vendo, o amor está vendo. Então as mãos não estão se movendo para tocar, o amor está se movendo para tocar. Torne-se o amor e penetre na vida eterna. O amor muda repentinamente nossa dimensão. Você é projetado do tempo e se defronta com a eternidade. Os amantes souberam algumas vezes o que os santos não conheceram. E os amantes tocaram aquele centro que muitos iogues não alcançaram. Mas esse será apenas um vislumbre a não ser que você transforme seu amor em meditação. Tantra significa: a transformação do amor em meditação. E agora você pode compreender por que o tantra fala tanto a respeito de amor e sexo. Por quê? Porque o amor é a porta natural mais fácil da qual você pode transcender este mundo, esta dimensão horizontal. Observe as imagens existentes no Oriente de Shiva com sua consorte Devi. Observe-os! Eles não aparentam ser duas pessoas - eles são uma. A unicidade é tão profunda que até se transferiu para os símbolos. Todos vimos o Shivalinga. É um símbolo fálico - o órgão sexual de Shiva - mas não está sozinho, encontra-se na vagina de Devi. Os hindus da Antiguidade eram muito ousados. Então quando você vê um Shivalinga nunca se lembra de que é um símbolo fálico. Esquecemos: tentamos esquecê-lo completamente. Carl Jung recorda-se em sua autobiografia, em suas memórias, de um acontecimento muito bonito e engraçado. Ele viajou para a Índia e foi ver Konark e no templo de Konark há um grande número de Shivalingas, muitos símbolos fálicos. A pessoa letrada que o ciceroneava lhe explicou tudo exceto os Shivalingas. E eram tantos que se tornava difícil não vê-los. Jung estava bem consciente da situação, mas apenas para provocar a pessoa letrada ele continuava perguntando: "Mas o que são estes?". Então essa pessoa no final disse no ouvido de Jung: "Não me pergunte aqui, eu lhe direi posteriormente. Este é um assunto particular". Jung deve ter rido internamente - esses são os hindus de hoje. Então, no lado de fora do templo, a pessoa letrada aproximou-se e disse: "Não era conveniente o senhor perguntar-me na frente das demais pessoas. Agora lhe direi. É um segredo". E então ele disse novamente no ouvido de Jung: "Eles são nossas partes íntimas". Quando Jung voltou à Europa conheceu um grande erudito - um erudito conhecedor do pensamento, da mitologia e da filosofia orientais, Heinrich Zimmer. Ele lhe contou essa situação hilariante. Zimmer foi uma das mentes mais privilegiadas que já tentaram penetrar o pensamento hindu e era um admirador da Índia e de seu modo de pensar - da abordagem oriental, desprovida de lógica e mística em relação à vida. Quando ouviu o relato de Jung, ele riu e disse: "Isso muda as coisas. Sempre ouvi falar de grandes hindus - Buda, Krishna, Mahavir. O que você conta diz algo não a respeito dos grandes hindus, mas sobre os hindus". O amor é um grande portão. E para o tantra, o sexo não é algo a ser condenado. Para o tantra, o sexo é a semente e o amor, seu florescimento e, se você condenar a semente. estará condenando a flor. Sexo pode tornar-se amor. Se nunca se tornar amor então estará inválido. Condene o fato de ele estar inválido, não o sexo. O amor precisa florescer, o sexo precisa transformar-se em amor. Se ele não se tornar amor, é culpa nossa. O sexo não deve permanecer como sexo - esse é o ensinamento tântrico. Precisa ser transformado em amor. E o amor também não pode permanecer como amor. Precisa ser transformado em luz, em experiência meditativa. Como transformar o amor? Seja o ato e esqueça o ator. Enquanto ama, seja o amor - simplesmente o amor. Então ele não é seu amor ou meu amor ou o de alguém - ele é simplesmente amor. Quando você não estiver presente, quando estiver nas mãos da última fonte, ou da atual, quando estiver apaixonado, não será você que estará apaixonado. Quando o amor o tiver tragado, você terá desaparecido: simplesmente se tornará uma energia que flui. D. H. Lawewnce, uma das mentes mais criativas de seu tempo, era um adepto do tantra, com ou sem conhecimento de causa. Ele foi totalmente condenado no Ocidente e seu livros foram proibidos. Sofreu muitos processos porque afirmava: "A energia do sexo é a única energia, e se você a condena e a suprime está contra o universo. Então você nunca será capaz de conhecer o florescimento mais elevado dessa energia. E quando é suprimida torna-se feia - este é o círculo vicioso". Sacerdotes, moralistas e as assim denominadas pessoas religiosas continuam condenando o sexo. Elas afirmam que se trata de algo feio. E quando você o suprime, então ele realmente se torna feio. Então eles dizem: 'Veja! O que dissemos é verdade. Você o provou". Porém não é o sexo que é feio, são esses sacerdotes que o tornaram feio. Após o tornarem feio, foram considerados certos. E quando são considerados certos, você prossegue tornando-o cada vez mais feio. Sexo é energia inocente - vida fluindo em você, a existência da vida em você. Não o torne um inválido! Permita-lhe chegar às alturas, isto é, sexo precisa se tornar amor. Qual é a diferença? Quando sua mente é sexual, você está se aproveitando do outro; o outro é apenas um instrumento para ser usado e descartado. Quando o sexo se torna amor o outro não é um instrumento, o outro não existe para ser usado; o outro não é realmente o outro. Quando você ama, o amor não é autocentrado. O outro, preferentemente, torna-se significativo e único. Não se trata de você o estar usando - não! Pelo contrário, vocês dois se concentram juntos em uma experiência profunda. Vocês são parceiros em uma experiência profunda, não o aproveitador e a pessoa usada. Vocês estão se ajudando mutuamente para entrar em um mundo diferente de amor. O amor está entrando junto em um mundo diferente. Se essa passagem não for momentânea e se tornar meditativa, isto é, se você conseguir esquecer completamente a si mesmo, o que significa amante e ente querido desaparecerem, e se houver somente amor fluindo, então, diz o tantra, a vida eterna lhe pertencerá. Osho, em "Meditação Para Pessoas Ocupadas" Célio José Bighetti – (Sw. Dharma Grahi) – Terapeuta da Alma Humana.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

ACEITAÇÃO ...ESSE É O SEGREDO

A MEDITAÇÃO NÃO RESOLVE NENHUM PROBLEMA

A meditação não é solução para nenhum problema em particular; ela não resolve nada. Ela simplesmente lhe ajuda a dar o fora da mente, a criadora dos problemas. Simplesmente lhe ajuda a deslizar para fora da mente como uma cobra desliza para fora de sua velha pele. Uma vez que você descobre que você não é a mente a grande transcendência aconteceu. De repente todos os problemas se tornam insignificantes; lentamente eles evaporam. Você é deixado com uma profunda paz; um grande silêncio prevalece. Esse silêncio é a solução. Essa paz é a resposta, a resposta de todas as respostas.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

VOCÊ É RESPONSÁVEL POR TUDO O QUE ACONTECE

Você é responsável por tudo o que acontece A existência é — e Deus não está separado dela. Deus é a existência, a totalidade, não um ser separado, uma pessoa — a totalidade. Ela vem dela mesma. . . e se dissolve Heráclito diz: ela é o fogo. O fogo é um belo símbolo. Dá a você uma energia muito dinâmica, indica que a existência é uma energia dinâmica, dialética — move-se por si mesma. Quando você diz 'energia', isso significa algo. Quando você diz 'Deus', moveu-se para dentro de algo que não levará a lugar nenhum. A energia é verdadeira. Você pode senti-la aqui e agora: você é energia, os pássaros cantando nas árvores são energia, as árvores crescendo para o céu são energia; as estrelas se movendo, o sol erguendo-se diariamente — tudo é energia. E a energia não é boa nem má. A energia é sempre neutra. Assim, não há necessidade de criar nenhum Demônio, não há necessidade de explicar nada — a energia é neutra . Se você é miserável é por sua causa, não por causa de Deus ou do Demônio. Se você é miserável, está se comportando com a energia de forma errada. Será feliz e cheio de graça se se mover com a energia. Quando você se move contra ela, o responsável é você. Lembre-se: se não existe nenhum Deus então você é responsável por tudo o que acontece. E se você é responsável então há uma possibilidade de se transformar a si mesmo. Se Deus é responsável, então como alguém pode se transformar a si mesmo? Deus parece ser um truque da mente para jogar a responsabilidade sobre os outros, pois a mente está sempre fazendo isso. Seja o que for que aconteça, você sempre joga a responsabilidade em alguém. Se está com raiva, alguém o insultou — e esse alguém provocou a raiva. Se está triste, alguém o está deixando triste e infeliz. Se está frustrado, alguém está bloqueando o seu caminho. Sempre alguma outra pessoa é responsável, nunca você. Esta é a atitude da mente: responsabilizar alguma outra pessoa. Então você se livra da responsabilidade. Mas. .. é por isso que você é miserável. A responsabilidade é sua. E se você a toma como sua, pode fazer alguma coisa a respeito. Se for de outra pessoa qualquer — o que se pode fazer? Se são os outros que provocam a tristeza, você permanecerá sempre triste porque não nada pode fazer a respeito. Milhares de pessoas estão a sua volta. Se são os outros que o deixam frustrado, nada pode ser feito. Você permanecerá frustrado, esse é o seu destino — pois como se pode mudar os outros? Se você é responsável — imediatamente torna-se o senhor. Agora pode fazer alguma coisa. Pode mudar a si mesmo, pode mudar as suas atitudes. Pode olhar para o mundo com uma atitude diferente, pode sentir que, se está miserável, em algum lugar não está ajustado ao sistema total de energia. É isto o que significa pecado: estar desajustado, sem saber se mover nesse sistema total de energia. E o sistema de energia é neutro. Se você o obedecer, será feliz. Se não o obedecer, será miserável. Esse é o Logos, o Rit, o Tao. Por exemplo: se você está sentindo sede e não bebe água, sente-se miserável, pois nesse sistema de energia a água lhe dá saciedade, e a sede desaparece. Se está sentindo frio, você vai para perto do fogo, pois nesse sistema de energia o fogo é a fonte de todo calor, de aquecimento. Mas se ao sentir frio você se afasta do fogo, então se sentirá miserável. Ninguém é responsável. Se ao sentir sede, calor, você se aproximar do fogo, estará no inferno! Osho, em "A Harmonia Oculta – Discursos Sobre os Fragmentos de Heráclito. Swami Dharma Grahi –(Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

terça-feira, 12 de junho de 2012

CONHECER

CONHECER Procedemos do desconhecido e nele nos movemos. Voltaremos novamente, já estivemos aqui antes por milhares de vezes e estaremos aqui outras tantas vezes. Nosso SER, nossa ESSÊNCIA, é imortal, mas nosso corpo é mortal. Nossa estrutura, nossas casas, o corpo, a mente, são feitas de coisas materiais. Ela irão se cansar, se desgastar, envelhecer e morrer. Mas nossa CONSCIÊNCIA -- para qual Buda usou a palavra “não-mente”, é algo além do corpo e da mente, algo além de tudo. A “não-mente” é eterna. Ela se expressa e vai novamente para o desconhecido. Esse movimento do desconhecido para o conhecido e do conhecido para o desconhecido continua pela eternidade. Quando alguém se torna Iluminado, quando isto acontece, esta é sua última vida, então esta flor não retornará novamente. Este SER, que se tornou consciente de si mesmo, não precisa mais voltar à vida porque esta vida nada mais é que um rito de passagem. Esta flor aprendeu a lição, está agora além de todas as ilusões. Ela se moverá do conhecido e, pela primeira vez, não mais para o desconhecido, mas para o incognoscível, para a eternidade. RESPIRE !!! “TODOS NÓS TEMOS FERIDAS PSICOLOGICAS OU EMOCIONAIS FINCADAS NA NOSSA ESTRUTURA INTERNA E A TERAPIA DA RESPIRAÇÃO PODE CURAR TODAS ELAS” (célio) " QUEM APRENDE O SEGREDO DA RESPIRAÇÃO, DESCOBRE A FONTE DA JUVENTUDE" (autor desconhecido) Swami Dharma Grahi – (Célio José Bighetti)- Discípulo do Osho.

APRENDER A VIVER SEM IDEOLOGIAS

APRENDER A VIVER SEM IDEOLOGIAS Nenhuma ideologia pode ajudar a criar um mundo novo ou uma nova mente ou um ser humano novo porque a própria orientação ideológica é a causa principal de todos os conflitos e de todas as misérias. Pensamento cria fronteiras, pensamento cria divisões, e pensamento cria preconceitos - e o próprio pensamento não os pode ligar; é por isso que todas as ideologias fracassam. Agora o homem precisa aprender a viver sem ideologias: religiosa, política ou outra qualquer. Quando a mente não está ligada a nenhuma ideologia está livre para se mover para novos entendimentos. E nessa liberdade floresce tudo o que é bom e tudo o que é bonito. Osho, em "Uma Xícara de Chá" PUBLICADO por :;-SWAMI Dharma Grahi – (Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A HORA É AGORA

O futuro não pode ser apenas uma esperança e uma oportunidade; essas palavras são ruins. O futuro deve ser absolutamente nosso – deve ser um futuro dourado. Temos vivido com a ideia de um passado dourado – que nunca foi dourado! Mas podemos criar um futuro que seja realmente dourado. Agora é um grande momento. Podemos dar um jeito de ter um mundo. Esta crise é uma crise de ouro, pois as pessoas só mudam quando estão sob imensa pressão. Enquanto a situação for tolerável, as pessoas irão tolerá-la – mas agora estamos num ponto em que a situação não é mais tolerável. Não há mais tempo para comissões e seus relatórios. Os problemas são muito simples. Só é preciso deixar claro para toda a humanidade que esses problemas são criação dela e ela ainda os está criando. É preciso disseminar uma grande advertência: "Esses são os problemas que vocês estão apoiando. Retirem o seu apoio". E algumas providências práticas devem ser tomadas... por exemplo, se alguém quiser ser um cidadão do mundo, as Nações Unidas devem providenciar passaportes de cidadãos do mundo, que não sejam ligados a nação nenhuma. Bastam pequenas providências para se obter grandes impactos imediatos; elas criarão uma atmosfera. Essa crise foi criada pelas religiões e pelas nacionalidades, e chegou-se a um ponto em que elas não podem mais existir. Se quisermos fazer algo pelo futuro, a hora é agora. Do contrário, a maior evolução da consciência que o universo já viu desaparecerá – e isso não significará apenas uma perda para a Terra, mas para toda a existência. Em um milhão de anos, nós nos tornamos capazes de criar algumas possibilidades de consciência. Mas agora não temos tempo para esperar que a natureza continue se desenvolvendo em seu passo lento. Ela tem a eternidade, nós não temos. Se quisermos resolver o futuro e acabar com os problemas, precisamos buscar as raízes no passado. Foi todo o nosso passado, em todas as suas dimensões, que levou a essa situação perigosa – e ninguém fala sobre isso, pois nenhuma geração jamais antes se importou com o futuro. O ser humano sempre viveu do jeito que quis, e forçou cada nova geração a viver da mesma maneira. Isso não é mais possível. Temos de dar um salto quântico – para ensinar a nova geração a não viver da mesma maneira que nós vivíamos. Só assim o futuro pode ser alterado. Osho, em "Transformando Crises em Oportunidades: O Grande Desafio Para Criar Um Futuro Dourado Para a Humanidade" Postado por : Swami Dharma Grahi – (Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

MEDITAÇÃO ATIVA E PASSIVA

Com uma das mãos crie o vazio, com a outra crie a plenitude, de tal modo que, quando você estiver realmente vazio, sua plenitude possa descer nele. Algumas vezes acontece de você ficar fixado em um tipo de meditação. Essa fixação traz uma espécie de empobrecimento. Você deveria permitir que muitas dimensões penetrassem em você. Você deveria permitir pelo menos duas meditações: uma inativa e outra ativa. Essa é a requisição básica; do contrário, a personalidade fica assimétrica. Observar é um processo passivo, nada há a fazer; não é um fazer, é um tipo de não-fazer. Essa é uma meditação budista - muito boa, mas incompleta. Dessa maneira, os budistas ficaram muito inclinados para um lado só. Eles se tornaram muito quietos e serenos, mas perderam algo, aquilo a que chamo de bem-aventurança. O budismo é uma das abordagens mais belas, mas é incompleta. Algo está faltando. Ele não tem misticismo em si, nenhuma poesia, nenhum romance; ele é praticamente só matemática, uma geometria da alma, mas não uma poesia da alma. E, a menos que você possa dançar, nunca se satisfaça. Seja silencioso, mas use o seu silêncio como uma abordagem para a bem-aventurança. Faça algumas meditações dançante, cantante, com música, para que, ao mesmo tempo, sua capacidade de desfrutar e de ser feliz também aumente. Osho, A Rose Is a Rose Is a Rose, # 23

O PROCESSO DA MENTE

"A coisa mais difícil, quase impossível, para a mente, é permanecer no meio, é permanecer equilibrada. E o mais fácil é movimentar-se de um pensamento para o seu oposto. Movimentar-se de uma polaridade para a polaridade oposta é a natureza da mente. Isso tem que ser entendido muito profundamente, porque sem que você entenda isso, nada poderá levar você à meditação. A natureza da mente é movimentar-se de um extremo a outro, ela depende do desequilíbrio. Se você estiver equilibrado, a mente desaparece. A mente é como uma doença: quando você está desequilibrado ela está ali, quando você está equilibrado ela não está ali. É por isso que é fácil para uma pessoa que come muito fazer jejum. Isso parece sem lógica, porque nós pensamos que uma pessoa que é obcecada por comida não consegue jejuar. Mas você está errado. Somente uma pessoa que é obcecada por comida pode jejuar, porque jejuar é a mesma obsessão no sentido oposto. Na verdade não houve mudança em você. Você continua obcecado por comida. Antes você comia muito e agora você está faminto - mas o foco da mente continua na comida, a partir de um extremo oposto. Um homem que tenha se entregue em demasia ao sexo, pode ser tornar um celibatário muito facilmente. Não há nenhum problema. Mas é difícil para a mente fazer uma dieta certa, é difícil para a mente estar no meio. Porque é difícil estar no meio? Isso é exatamente igual ao pêndulo de um relógio. O pêndulo vai para a direita, e daí se move para a esquerda, então de novo para a direita, e depois de novo para a esquerda. O relógio inteiro depende desse movimento. Se o pêndulo parar no meio, o relógio para. E quando o pêndulo se move para a direita, você pensa que ele está somente indo para a direita. Mas, ao mesmo tempo que ele está indo para a direita, ele está juntando momento* para ir para a esquerda. Quanto mais ele se move para a direita, mais energia ele reúne para se mover para a esquerda, para o oposto. Quando ele está se movendo para a esquerda ele está de novo reunindo momento para se mover para a direita. Sempre que você come demais, você está reunindo momento para fazer jejum. Sempre que você se entrega em demasia ao sexo, mais cedo ou mais tarde, o celibato, o brahmacharya se tornará atraente para você. E o mesmo está acontecendo a partir do polo oposto. Vá e pergunte aos chamados sadhus, aos bhikkhus, aos sannyasins. Eles firmaram um propósito de permanecer celibatários; e agora a mente deles está reunindo momento para se movimentar em direção ao sexo. Eles firmaram um propósito de ficarem com fome, de passar fome e a mente deles está constantemente pensando em comida. Quando você está pensando muito a respeito de comida, isso mostra que você está reunindo momento para comer. Pensar significa momento. A mente começa fazer arranjos para ir ao oposto. A primeira coisa: sempre que você se move, você também está se movendo para o oposto. O oposto está escondido, ele não é aparente. Quando você ama uma pessoa, você está reunindo momento para odiá-la. É por isso que somente amigos podem se tornar inimigos. Você não pode se tornar um inimigo sem que primeiro você tenha se tornado um amigo. Amantes discutem e brigam. Só os amantes podem discutir e brigar, porque a não ser que você ame, como você poderá odiar?A não ser que você tenha se movido para a extrema esquerda, como você poderá se mover para a direita? Pesquisas modernas dizem que isso que se chama amor é um relacionamento de íntima inimizade. Sua esposa é a sua inimiga íntima e seu marido é o seu inimigo íntimo - ambos inimigos e íntimos. Parecem opostos, sem lógica, porque nós ficamos ponderando como alguém que é íntimo pode ser inimigo? Alguém que é amigo, como pode também ser o adversário? A lógica é superficial. A vida vai mais fundo. Na vida, todos os opostos se juntam, eles existem juntos. Lembre-se disso, porque então meditação se torna equilíbrio. Buda ensinou oito disciplinas e para cada disciplina ele usava a palavra certa. Ele dizia: o esforço certo, porque é muito fácil mover-se da ação para a inação, do despertar para o dormir, mas permanecer no meio é difícil. Quando Buda usa a palavra certa, ele estava dizendo: não se mova para o oposto, simplesmente permaneça no meio. A comida certa - ele nunca disse jejum. Não se entregue em demasia à comida e não se entregue ao jejum. Ele dizia: comida certa. Comida certa significa permanecer no meio. Quando você permanece no meio você não está reunindo momento algum. E essa é a beleza disso: um homem que não está reunindo momento algum para se mover a qualquer lugar, pode estar à vontade consigo mesmo, pode se sentir em casa. Você nunca pode se sentir em casa, porque qualquer coisa que você faz, imediatamente você terá que fazer o oposto para equilibrar. E o oposto nunca equilibra, ele simplesmente dá a você a impressão de que você está se tornando equilibrado, mas você terá que se mover para o oposto de novo. Um buda não é amigo nem inimigo de alguém. Ele simplesmente parou no meio - o relógio não está funcionando... Quando a sua mente pára, o tempo pára, quando o pêndulo pára, o relógio pára... O tempo é criado pelo movimento da mente, exatamente como o movimento do pêndulo. A mente se move, você sente o tempo. Quando a mente não está se movimentando, como você pode sentir o tempo? Quando não há qualquer movimento, o tempo não pode ser sentido. Cientistas e místicos concordam nesse ponto: que o movimento cria o fenômeno do tempo. Se você não está se movendo, se você está parado, o tempo desaparece, a eternidade chega à existência. O seu relógio está se movendo rapidamente e o seu mecanismo é movimento de um extremo ao outro. A segunda coisa a ser entendida a respeito da mente é que a mente sempre quer o que está distante, nunca o que está perto. O que está perto é enfadonho, você fica farto dele. O distante lhe dá sonhos, esperanças, possibilidades de prazer. Assim, a mente sempre está pensando no distante. É sempre a mulher de alguma outra pessoa que é atraente e bonita; é sempre a casa de alguma outra pessoa que o obceca; é sempre o carro de alguma outra pessoa que fascina você. É sempre o que está distante. Você fica cego para o que está perto. A mente não consegue ver aquilo que está muito perto. Ela somente pode ver aquilo que está muito longe. E o que está muito longe, o que está mais distante? O que está mais distante é o oposto. Você ama uma pessoa - agora o fenômeno mais distante é o ódio. Você está comendo demais - agora o fenômeno mais distante é o jejum. Você está celibatário - agora o fenômeno mais distante é o sexo. Você é um rei - agora o fenômeno mais distante é ser um monge. O que está mais distante é aquilo com que sonhamos mais. Ele atrai, ele obceca, ele segue chamando, convidando você e então, quando você tiver alcançado o outro pólo, este local de onde você partiu em caminhada se tornará belo novamente. Divorcie-se de sua esposa e após uns poucos anos ela terá ganho beleza novamente... Para a mente, o oposto é magnético e a não ser que, através da compreensão, você transcenda isso, a mente continuará se movendo da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, e o relógio continua. Ele tem continuado por muitas vidas e é assim que você tem sido enganado - porque você não compreende o mecanismo. De novo o distante se torna atraente e de novo você começa uma nova caminhada. E no momento em que você alcança o seu objetivo, aquilo que antes era seu conhecido e que agora está distante, de novo se torna atraente, agora se torna uma estrela, alguma coisa valiosa. Eu estive lendo a respeito de um piloto que estava voando sobre a Califórnia com um amigo. Ele lhe disse: "Veja lá embaixo aquele belo lago. Eu nasci perto dele, ali está a minha vila". Ele apontou para uma pequena vila numa colina próxima ao lago. E ele disse: "Eu nasci ali e quando eu era criança eu costumava sentar próximo ao lago para pescar. Pescar era o meu hobby. Mas naquela época, quando eu era criança e pescava no lago, os aviões sempre costumavam cortar o céu, passando sobre a minha cabeça, e eu sonhava com o dia em que eu próprio me tornaria um piloto e estaria pilotando um avião. Aquele era meu único sonho. Agora ele está realizado e que miséria! Agora eu continuamente olho para aquele lago lá em baixo e fico pensando no dia em que eu estiver aposentado para poder ir pescar nele de novo. Aquele lago é tão lindo..." É assim que as coisas acontecem. É assim que as coisas têm acontecido com você. Na infância você queria crescer depressa porque as pessoas mais velhas eram mais poderosas. Uma criança quer crescer imediatamente. As pessoas mais velhas são sábias e a criança sente que qualquer coisa que ela faça está sempre errado. Pergunte então a uma pessoa mais velha. Ela sempre acha que quando a infância se foi, tudo foi perdido, o paraíso estava ali, na infância. E todos os velhos morrem pensando na infância, na inocência, na beleza, no mundo de sonhos. Qualquer coisa que você tenha, parece sem utilidade; qualquer coisa que você não tenha parece de grande utilidade. Lembre-se disso porque senão a meditação não poderá acontecer, porque meditação significa essa compreensão da mente, do trabalho da mente, do verdadeiro processo da mente. A mente é dialética, ela faz com que você se mova repetidas vezes em direção aos opostos. E isso é um processo infinito, ele nunca se acaba, a não ser que você, de repente, o abandone, a não ser que, de repente, você se torne consciente do jogo, a não ser que, de repente, você se torne alerta a respeito da trapaça da mente, e você pare no meio. Parar no meio é meditação. A terceira coisa: porque a mente consiste em polaridades, você nunca é um todo. A mente não pode ser um todo, ela sempre é metade. Quando você ama alguém, você já observou que você está suprimindo o seu ódio? O amor não é total, ele não é um todo, exatamente atrás dele todas as forças escuras estão escondidas e elas podem entrar em erupção a qualquer momento. Você está sentado em cima de um vulcão. Quando você ama alguém, você simplesmente se esquece de que você tem raiva, de que você tem ódio, de que você é ciumento. Você simplesmente deixa tudo isso de lado, como se isso nunca tivesse existido. Mas como você pode deixar tudo isso de lado? Você pode simplesmente esconder no inconsciente. Assim, na superfície você pode se tornar amoroso, mas lá no fundo o tumulto está escondido. Mais cedo ou mais tarde você vai ficar de saco cheio, o amado terá se tornado familiar. Dizem que a familiaridade cria desprezo, mas não é que a familiaridade cria desprezo - a familiaridade faz você ficar de saco cheio. O desprezo esteve sempre ali, escondido. Ele vem à tona, ele só estava esperando o momento certo, a semente estava ali. A mente sempre tem o oposto dentro dela e esse oposto vai para o inconsciente e fica ali esperando pelo seu momento para vir à tona. Se você observar minuciosamente, você sentirá isso a todo momento. Quando você diz para alguém "eu te amo" feche os seus olhos, seja meditativo, e sinta - existe algum ódio escondido? Você irá senti-lo. Mas você não quer encarar isso porque a verdade é muito feia - a verdade que você sente ódio pela pessoa que você ama - por isso você engana a si mesmo. Você quer escapar da realidade, assim você esconde. Mas, esconder não vai ajudar, porque assim você não está enganando à outra pessoa, você está enganando a si mesmo. Assim, sempre que você sentir alguma coisa, feche os olhos e vá para dentro de si mesmo para encontrar o oposto em algum lugar. Ele está ali. E se você puder ver o oposto, isso dará a você um equilíbrio. Então você não irá dizer "eu amo você". Se você for uma pessoa verdadeira você irá dizer: "meu relacionamento com você é de amor e ódio". Todos os relacionamentos são relacionamentos de amor/ódio. Nenhum relacionamento é puro amor e nenhum relacionamento é puro ódio. Ele é ambos: amor e ódio. Se você for verdadeiro você estará em dificuldades. Se você disser para uma garota: "meu relacionamento com você é ambos: amor e ódio. Eu amo você como nunca amei alguém e eu odeio você como nunca eu odiei alguém", será difícil para você se casar, a não ser que você encontre uma garota meditativa, que possa compreender a realidade, a não ser que você possa encontrar uma amiga que possa compreender a complexidade da mente. A mente não é um mecanismo simples. Ela é muito complexa e através da mente você nunca pode se tornar simples, porque a mente segue criando enganos. Ser meditativo significa estar alerta para o fato de que a mente está escondendo alguma coisa de você, de que você está fechando os olhos para alguns fatos que estão perturbando. Mais cedo ou mais tarde aqueles fatos perturbadores virão à tona, vão se apoderar de você, e você irá em direção ao oposto. E o oposto não está lá longe, num lugar distante, em alguma estrela. O oposto está escondido atrás de você, dentro de você, em sua mente, no próprio funcionamento da mente. Se você puder compreender isso, você irá parar no meio. Se você puder ver o eu amo e o eu odeio, de repente, ambos irão desaparecer, porque ambos não podem existir juntos na consciência. Você tem que criar uma barreira: um terá que existir no inconsciente e o outro no consciente. Ambos não podem existir na consciência, eles irão negar um ao outro. O amor destruirá o ódio, o ódio destruirá o amor, eles terão que equilibrar um ao outro e eles simplesmente irão desaparecer. A mesma quantidade de ódio e a mesma quantidade de amor irão negar um ao outro. De repente eles irão evaporar - você estará ali, mas nenhum amor e nenhum ódio. Então você estará equilibrado. Quando você está equilibrado, a mente não está lá - então você é um todo. Quando você é um todo, você é sagrado, mas a mente não está lá. Assim, meditação é um estado de não-mente. Através da mente esse estado não é alcançado. Através da mente, qualquer coisa que você fizer, ele nunca será alcançado. Então, o que você está fazendo quando você está meditando? Pelo fato de você ter criado tanta tensão em sua vida, você agora está meditando. Mas isso é o oposto da tensão, não a verdadeira meditação. Você está tão tenso que a meditação se tornou atraente. É por isso que no Ocidente a meditação atrai mais do que no Oriente. É porque no Ocidente existe mais tensão do que no Oriente. O Oriente ainda está relaxado, as pessoas não estão tão tensas, elas não estão se enlouquecendo tão facilmente, elas não cometem suicídio tão facilmente. Elas não são tão violentas, tão agressivas, tão apavoradas, tão amedrontadas - não, elas não estão tão tensas. Elas não estão vivendo essa correria louca onde nada além de tensão é acumulado. Assim, se o Mahesh Yogi vier à Índia, ninguém o escutará. Mas na América, as pessoas ficam loucas com ele. Quando existe muita tensão, a meditação atrai. Mas essa atração é de novo a mesma armadilha. Isso não é verdadeira meditação, isso é de novo um engano. Você medita por uns poucos dias, você se torna relaxado e, quando você se torna relaxado, de novo surge a necessidade de atividades. Você fica de saco cheio e a mente começa a pensar em fazer alguma coisa, em se movimentar. As pessoas chegam a mim e dizem: "nós meditamos por alguns anos mas agora isso ficou chato, perdeu a graça". Há poucos dias uma garota veio a mim e disse: "agora a meditação não tem mais graça alguma, o que eu devo fazer?" Agora a mente está procurando por alguma outra coisa, agora ela já teve bastante meditação. Agora que ela já está relaxada, a mente está pedindo por mais tensões - alguma coisa que possa perturbá-la. Quando ela diz que agora a meditação não tem mais graça, ela quer dizer que agora não há mais tensão, assim como pode a meditação ter graça? Ela terá que ir atrás de tensões novamente, aí a meditação de novo se tornará algo valioso. Veja o absurdo da mente: você tem que ir embora para chegar perto, você tem que se tornar tenso para ser meditativo. Mas isso não é meditação, de novo isso é uma trapaça da mesma mente. Numa nova dimensão, o mesmo jogo continua. Quando eu digo meditação, eu quero dizer: ir além das polaridades opostas, deixar de lado todo o jogo, olhar para o absurdo disso e transcendê-lo. A própria compreensão se torna transcendência. A mente forçará você a se mover para o oposto - não se mova para o oposto. Pare no meio e veja que isso tem sido sempre uma trapaça da mente. É assim que a mente tem dominado você - através do oposto. Você já percebeu isso? Depois de fazer amor com uma mulher, você de repente começa a pensar em abstinência sexual, brahmacharya e isso exerce uma fascinação tão persuasiva que naquele momento você sente como se nada mais existisse para ser alcançado. Você se sente frustrado, enganado, você sente que não havia nada naquele sexo e que somente bramacharya contém a felicidade. Mas depois de vinte e quatro horas, o sexo de novo se torna importante, e de novo você se move para ele. O que a mente está fazendo? Depois do ato sexual ela começa a pensar no oposto, o qual, de novo, cria a vontade do sexo. Um homem violento começa a pensar na não-violência, então ele poderá facilmente se tornar violento de novo. Um homem que fica raivoso repetidamente, sempre pensa em não ter raiva, sempre decide não ficar raivoso novamente. Essa decisão ajuda-o a ficar com raiva de novo. Se você realmente não quiser ficar raivoso de novo, não tome decisão contra a raiva. Simplesmente olhe para a raiva e olhe para essa sombra da raiva que você pensa que é não ter raiva. Olhe para o sexo e para essa sombra do sexo que você pensa que é brahmacharya, abstinência sexual. Isso é só negatividade, ausência. Olhe para o excesso do comer e para a sua sombra que é o jejum. Jejuns sempre seguem o comer demais, a indulgência demasiada é sempre seguida por votos de celibato; a tensão é sempre seguida por algumas técnicas de meditação. Olhe para essas coisas juntas, sinta como elas estão relacionadas, como elas são parte de um só processo. Se você puder compreender isso, a meditação acontecerá em você. Na verdade, ela não é algo a ser feito, ela é uma questão de compreensão. Ela não é um esforço, ela não é algo a ser cultivado. Ela é algo a ser profundamente compreendido. Compreensão dá liberdade. Conhecer todo o mecanismo da mente é transformação. Então, de repente, o relógio pára, o tempo desaparece. E parando o relógio, não existe mente. Parando o tempo, onde você está? O barco está vazio. O homem do Tao age sem impedimentos.... Você age sempre com impedimentos, o oposto está sempre ali criando o impedimento, você não é um fluxo. Se você ama, o ódio está sempre ali como um impedimento. Se você se movimenta, alguma coisa está puxando você para trás, você nunca se move totalmente, alguma coisa sempre fica para trás, o movimento não é total. Você se move com uma perna, mas a outra perna não se move. Como você pode se mover? O impedimento está ali. A sua angústia, a sua ansiedade é esse impedimento, é essa contínua movimentação de uma metade e não movimentação da outra metade. Por que você está tão angustiado? O que cria tanta angústia em você? Qualquer coisa que você faz, porque você não fica feliz fazendo aquilo? A felicidade somente pode acontecer para o todo, nunca para a parte. Quando o todo se movimenta sem qualquer impedimento, o próprio movimento é felicidade. Felicidade não é alguma coisa que vem de fora - ela é uma sensação que vem quando o seu Ser como um todo se movimenta, o próprio movimento do todo é felicidade. Não é alguma coisa acontecendo para você, ela surge a partir de você, ela é uma harmonia no seu Ser. Se você está dividido - e você está sempre dividido: metade se movendo, metade segurando; metade dizendo sim, metade dizendo não; metade amando, metade odiando. Você é um reino dividido, existe um conflito constante dentro de você. Você diz alguma coisa mas aquilo nunca é o que você quer dizer, porque o oposto está ali impedindo, criando uma barreira... A mente entra quando você está dividido. A mente se alimenta com a divisão. É por isso que Krishnamurti segue dizendo que quando o observador se torna o observado, você está em meditação... Sempre que a mente entra, ela entra como uma força controladora, um administrador. Ela não é o mestre, ela é o administrador. E você não chega até o mestre se o administrador não for colocado de lado. O administrador não permite que você alcance o mestre, o administrador sempre se mantém de pé diante da porta, controlando. E todos os administradores administram mal - a mente tem feito um grande trabalho de má administração... Lao Tzu disse: quando não havia nem um simples filósofo, tudo se resolvia, não haviam perguntas e todas as respostas estavam disponíveis. Quando os filósofos surgiram, as perguntas vieram e as respostas desapareceram. Sempre que há uma pergunta, a resposta está muito longe. Sempre que você pergunta, você nunca obtém a resposta, mas quando você pára de perguntar, você descobrirá que a resposta sempre esteve ali... O que é felicidade? Felicidade é a sensação que surge em você quando o observador se torna o observado. Felicidade é a sensação que surge em você quando você está em harmonia, não fragmentado, uma unidade, não desintegrado, não dividido. Essa sensação não é algo que vem de fora. Ela é a melodia que cresce em você a partir da sua harmonia interior... O sol está nascendo... de repente você olha e o observador não está ali. O sol não está ali e você não está ali. Não há nenhum observador e nenhum observado. Simplesmente o sol está nascendo e a sua mente não está ali para controlar. Você não vê e diz: "o sol está lindo". No momento que você disser, a felicidade foi perdida. Então já não existe nenhuma felicidade, ela já se tornou passado, ela já se foi. De repente você vê o sol nascendo e aquele que vê não está ali, aquele que vê ainda não entrou, ainda não se tornou um pensamento. Você ainda não olhou, não analisou, ainda não observou. O sol está nascendo e ali não existe ninguém, o barco está vazio, existe felicidade, um vislumbre. Mas a mente imediatamente entra e diz "o sol está lindo, esse nascer do sol está lindo". A comparação entrou e a beleza foi perdida. Aqueles que sabem, dizem que sempre que você diz: "eu te amo" para uma pessoa, o amor foi perdido. O amor se foi porque o amante entrou. Como pode existir amor quando a divisão, o controlador entra? É a mente que diz: "eu te amo", porque, na verdade, no amor não existe nenhum eu e nenhum tu. No amor não existem indivíduos. O amor é uma fusão, uma dissolução, eles não são dois. O amor existe, não os amantes. No amor, o amor existe, não os amantes, mas a mente entra e diz: "eu estou amando, eu te amo". Quando o "eu" entra, a dúvida entra, a divisão entra e o amor não está mais ali. Muitas vezes em meditação você tem alguns vislumbres. Lembre-se: sempre que você sentir tais vislumbres, não diga: "quão belo é", não diga "quão amoroso é", porque é assim que você perde o vislumbre. Sempre que o vislumbre vier, deixe que ele esteja ali...Quando em meditação você tiver um vislumbre de algum êxtase, deixe que ele aconteça, deixe-o ir fundo. Não divida a si mesmo. Não faça qualquer declaração, senão o contato será perdido. " OSHO - The Empty Boat Swami Dharma Grahi – (Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

terça-feira, 5 de junho de 2012

ORIGEM E CURA DAS DOENÇAS NO CORPO

ORIGEM E CURA DAS DOENÇAS NO CORPO Uma doença, qualquer enfermidade, surge primeiro na mente e depois se dirige para o corpo. Pode levar um longo tempo para chegar ao corpo – trata-se de uma longa distancia. Você não tem consciência dela quando ela está na mente; você só se torna ciente dela quando ela explode nas raízes do corpo. Você sempre sente a doença no corpo, mas ela se origina sempre na mente. Você não está ciente dela então; assim, não pode fazer nada quanto a isso. Mas, quando ela vem para o corpo, então, naturalmente, você começa a procurar um médico, vai à busca de auxilio. O médico, vendo-a no corpo, começa a trata-la no corpo. Ela pode ser tratada no corpo – mas então alguma outra doença surgirá, porque o tratamento não atingiu a fonte. Você muda o efeito e não a causa. Se a mudança puder acontecer na mente, então, a doença desaparecerá do corpo imediatamente. É isso que a moderna pesquisa sobre hipnose prova: que toda doença, pelo menos no princípio, pode ser transformada, mudada, pode sumir, se a mente for mudada. E o inverso também é verdadeiro: se a mente for convencida pela hipnose, então a doença pode ser criada também. Dois ou três dias atrás, alguém me enviou um artigo de profunda significância. Um homem - um médico, um médico na Califórnia – tratou muitos pacientes de câncer apenas através da imaginação. Esta é a primeira chave que abre a porta... E não só um paciente, muitos. O que ele faz: ele simplesmente pede aos pacientes que imaginem. Se eles têm câncer de garganta, ele lhes diz para relaxar e imaginar que toda a energia do corpo se move para a garganta e o tumor vai sendo atacado pela própria energia deles, exatamente como flechas vinda de algum lugar, de todo lado, movendo-se em direção à garganta e atacando a doença. Dentro de três, quatro ou seis semanas o tumor simplesmente desaparece sem deixar um traço atrás. E o câncer é considerado incurável! O câncer é uma doença moderna: ela se deve ao estresse, à tensão e a ansiedade da vida. Mas se o câncer pode ser tratado através da mente, então, tudo pode ser tratado através da mente. Osho. Swami Dharma Grahi –(Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

MEDITAÇÃO BASEADA NO CORPO

“O espiritual nunca pode ser tenso. Não existe tensão espiritual, somente tensão corporal, somente tensão mental. A tensão corporal foi criada por aqueles que, em nome da religião, têm pregado atitudes anticorpo. No Ocidente, Cristianismo tem sido enfaticamente antagonista com relação ao corpo. Uma falsa divisão, um golfo foi criado entre você e seu corpo; sua atitude total se torna geradora de tensão. Você não pode comer de uma maneira relaxada, você não pode dormir de uma maneira relaxada; toda ação corporal se torna uma tensão. O corpo é o inimigo, porém você não pode existir sem ele. Você tem que permanecer com ele, você precisa viver com seu inimigo, desse modo, há uma constante tensão; você não pode relaxar nunca. O corpo não é seu inimigo, nem é de maneira nenhuma inamistoso ou mesmo indiferente a você. A própria existência do corpo é alegria. E no momento que você toma o corpo como um presente, como um presente divino, você estará de volta no corpo. Você o amará, você o sentirá – e são sutis as maneiras de senti-lo. Você não pode sentir o corpo do outro se você não sentiu o seu próprio corpo, você não pode amar o corpo do outro se você nunca amou seu próprio corpo; isso é impossível. Você não pode cuidar do corpo de outra pessoa se você não cuidou de seu próprio corpo – e ninguém se importa! Você pode dizer que se importa. Mas eu insisto, ninguém se importa. Mesmo que você demonstre se importar, você realmente não se importa. Você está cuidando por alguma outra razão – por causa da opinião dos outros, pelo olhar nos olhos de alguém; você nunca cuida de seu corpo você mesmo. Você não ama seu corpo, e se você não pode amá-lo, você não pode estar nele. Ame seu corpo e você irá sentir um tal relaxamento que você nunca sentiu antes. Amor é relaxamento. Quando existe amor, existe relaxamento. Se você ama alguém – se, entre você e ele ou entre você e ela, existe amor – então com o amor chega a música do relaxamento. Assim o relaxamento está presente. Esse mesmo fenômeno acontece se você amar seu corpo; você se torna relaxado, você tem cuidado com isso. Isso não é errado, não é narcisismo estar apaixonado pelo próprio corpo. Na verdade, é o primeiro passo em direção a espiritualidade. Eis porque a Meditação Dinâmica começa com o corpo. Através da respiração vigorosa a mente se expande, a consciência se expande; o corpo inteiro torna-se uma existência vibrante, viva. Agora o salto será mais fácil. Agora você pode saltar; pensando que a barreira será menor. Você se tornou uma criança novamente: saltitante, vibrante, viva. O condicionamento, o condicionamento mental não está mais presente. Seu corpo não é tão condicionado como sua mente. Lembre-se disso: sua mente é condicionada, mas seu corpo ainda é parte da natureza. Todas as religiões e pensadores religiosos – que têm sido basicamente cerebrais – são contra o corpo porque com o corpo, com os sentidos, a mente e seus condicionamentos ficam perdidos. … Com a respiração, você começa a sentir seu corpo inteiro, cada canto dele; o corpo fica inundado; você se torna um com ele. Agora é possível para você dar um salto. O salto que é dado no sexo é um salto muito pequeno, enquanto que o salto que é dado na meditação é um salto muito grande. No sexo, você “pula” em alguém. Antes desse salto você precisa estar unido com o seu corpo, e nesse salto você precisa se expandir ainda mais – para o corpo do outro. Sua consciência se espalha além de seu corpo. Em meditação você salta de seu corpo para o corpo inteiro do universo, você se torna um com ele. O Segundo passo da Meditação Dinâmica é catártico. Você não somente se tornará um com o seu corpo, mas todas as tensões que foram acumuladas no corpo precisam ser jogadas fora. O corpo precisa tornar-se leve, descarregado, desse modo os movimentos precisam ser vigorosos, tão vigorosos quanto possível. Então a mesma coisa que é possível na dança Dervixe, na dança Sufi, se torna possível. Se seus movimentos forem vitais e vigorosos, chegará o momento no qual você perderá todo o controle. E esse momento é necessário. Você não precisa estar no controle porque seu controle é a barreira, você é a barreira. Sua capacidade de controlar – sua mente – é a barreira. Continue se movendo. É claro, você terá que começar, mas chegará um momento que você será tomado; você irá sentir que o controle está perdido. Você está na beira, agora você pode dar o salto. Agora você novamente se tornou uma criança. Você voltou; todos os condicionamentos foram eliminados. Você não se preocupa com coisa alguma; você não se importa com o que os outros pensam. Agora tudo que foi colocado em você pela sociedade é jogado fora; você se tornou apenas uma partícula dançante no universo. Quando você joga tudo for a no segundo estágio da Meditação Dinâmica, só então o terceiro estágio é possível. Sua identidade estará perdida, sua imagem será partida, porque tudo que você sabe sobre você mesmo não é sobre você mesmo senão apenas um rótulo. Disseram-lhe que você é isso ou aquilo e você ficou identificado com isso. Mas com os movimentos vigorosos, com a dança cósmica, todas as identificações serão perdidas pela primeira vez, como você era quando você nasceu. E com esse novo nascimento você será uma pessoa renovada”.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O QUE É AMOR

O que é amor? por Osho do livro "Sufis, o Povo do Caminho" É triste que tenhamos de fazer esta pergunta. No curso natural das coisas, todos saberiam o que é amor. Mas entendo que ninguém saiba - ou apenas muito raramente - o que é amor. O amor tornou-se uma das mais raras experiências. Sim, fala-se sobre ele, filma-se, estórias são escritas sobre ele, canções são compostas, filmes são feitos, na televisão você o verá, no rádio, nas revistas - uma grande indústria continuamente o supre com a ideia do que é o amor. Muitas pessoas estão continuamente envolvidas nisso, ajudando as pessoas a entenderem o que é o amor. Poetas, autores, novelistas - todos eles continuam. Mas ainda assim o amor permanece um fenômeno desconhecido. E deveria ser um dos mais conhecidos. É quase como se alguém viesse e perguntasse: "O que é comida?" Você não ficaria surpreso se viesse alguém é perguntasse: "O que é comida?" Se alguém tem passado fome desde o início e nunca experimentou comida, a pergunta será relevante. Assim é esta pergunta. Você pergunta: O que é amor? Amor é o alimento da alma. Mas você tem passado fome. Sua alma não recebeu nenhum amor, por isso você não lhe conhece o sabor. Sua pergunta é relevante, mas é infeliz. O corpo recebeu alimento, por isso ele continua; mas a alma não recebeu nenhum alimento, por isso a alma está morta, ou não nasceu ainda, ou está sempre em seu leito de morte. Quando uma criança nasce, ela nasce totalmente; ela está totalmente equipada com a capacidade de amar e de ser amada. Toda criança nasce cheia de amor e sabe perfeitamente o que ele é. Não há nenhuma necessidade de se dizer à criança o que é amor. O problema surge porque a mãe e o pai não sabem o que é amor. Nenhuma criança tem os pais que merece - nenhuma criança jamais tem os pais que merece. Esses pais simplesmente não existem na terra. E quando essa criança se tornar um pai, ela terá perdido a capacidade de amar. É quase como... No México há um vale onde as crianças nascem e, em três meses, ficam cegas. É uma sociedade pequena, primitiva. Lá existe uma mosca que é venenosa aos olhos, por isso a sociedade toda é cega. Toda criança nasce com olhos - olhos funcionando perfeitamente - mas em três meses há um ataque da mosca e o veneno entra no sistema e os olhos ficam cegos. Bem, mais tarde na vida, a criança perguntará: "O que são olhos? O que você quer dizer quando usa a palavra "olho"? O que é visão? O que é ver? O que você quer dizer?" E a pergunta será relevante. A criança nasceu com olhos, mas eles foram perdidos em algum lugar no caminho daquilo a que se chama crescimento. Eis o que aconteceu com o amor. Toda criança nasce com tanto amor quanto se pode conter, com mais amor do que se pode conter, com amor transbordante. A criança nasce como amor, a criança é feita da matéria chamada amor. Mas os pais não podem dar amor. Eles têm suas próprias sobras - os pais deles nunca os amaram. Os pais podem apenas fingir. Eles podem falar sobre o amor. Eles podem dizer: "Nós o amamos muito", mas, o que quer que eles façam, é muito desamoroso. O modo como eles se comportam, o modo como tratam a criança é muito insultante; não há nenhum respeito. Nenhum pai respeita a criança. Quem pensa em respeitar uma criança? Uma criança de forma alguma é considerada uma pessoa. Uma criança é considerada um problema. Se ela fica quieta, é boa; se não grita, se não é um terapeuta primal - bom; se ela fica fora do caminho dos pais - perfeitamente bom. Assim é que uma criança deveria ser. Mas não há nenhum respeito e nenhum amor. Os pais não conheceram o que é amor. A mãe não amou o marido, o marido não amou a esposa. O amor não existe aí. O domínio, a possessividade, o ciúme, e todos os demais tipos de veneno que destroem o amor estão aí. Assim como certo veneno pode destruir sua visão, o veneno da possessividade e do ciúme também destroem o amor. O amor é uma flor muito frágil. Ele tem de ser protegido, tem de ser reforçado, tem de ser aguado; só então é que ele se torna forte. E o amor da criança é muito frágil - naturalmente - pois a criança é frágil, seu corpo é frágil. Você acha que uma criança deixada sozinha será capaz de sobreviver? Pense como o homem é indefeso. Se uma criança for deixada sozinha, será quase impossível ela sobreviver. Ela morrerá. E isso é o que está acontecendo ao amor. O amor é deixado sozinho. Os pais não podem amar, não sabem o que é amor, nunca fluíram no amor. Lembre-se de seus próprios pais. E, lembre-se, não estou dizendo que eles sejam responsáveis. Eles são vítimas, assim como você - os próprios pais deles eram a mesma coisa. E assim por diante... Você pode voltar a Adão e Eva, a Deus, o Pai. Parece que mesmo Deus, o Pai, não teve muito respeito por Adão e Eva, não teve respeito bastante. É por isso que, desde o início, Ele começou a comandá-los. "Faça isso" e "não faça aquilo", e Ele começou a fazer todas as bobagens que todos os pais fazem. "Não coma a fruta desta árvore". E quando Adão comeu a fruta, o Pai, Deus, ficou tão bravo que expulsou Adão e Eva do paraíso. Essa expulsão está sempre aí, e todo pai ameaça expulsar a criança, jogá-la para fora. "Se você não escutar, se não se comportar, será expulso". E, naturalmente, uma criança tem medo. Expulsa? Ela começa a se comprometer. A criança pouco a pouco se torna um distorcedor. Ela começa a manipular. Ela não quer sorrir, mas se a mãe está vindo e a criança quer leite, ela sorri. Isso é política - o início, o ABC da política. No fundo, ela começa a odiar, porque ela não é respeitada; no fundo, ela começa a sentir-se frustrada por não ser amada como é. Espera-se que ela faça certas coisas e somente então é que ela será amada. O amor tem algumas condições; ela não é digna, assim como é. Primeiro ela tem de se tornar digna, depois o amor dos pais será possível. Assim, ela começa a se tornar digna e começa a se tornar falsa; ela perde seu valor intrínseco. Pouco a pouco seu respeito por si próprio é perdido, ela começa a sentir-se indigna. Ela começa a sentir-se culpada. E muitas vezes uma ideia vem à mente da criança: "Esses são meus pais verdadeiros? É possível que eles tenham me adotado? Talvez eles estejam me enganando, porque não parece haver nenhum amor". E mil e uma vezes ela vê a raiva nos olhos deles, a feia raiva na face dos pais, e por coisas tão pequenas que ela não pode ver a proporção disso. Apenas por coisas muito pequenas ela vê a ira dos pais. Ela não pode acreditar nisso. É tão injusto e desleal. Mas ela tem de se entregar, tem de se curvar, tem de aceitar isso como uma necessidade. Pouco a pouco sua capacidade de amar é morta. O amor cresce apenas no amor. O amor precisa de um ambiente de amor - isso é a coisa mais fundamental a ser lembrada. Apenas num ambiente de amor é que o amor cresce. Ela precisa do mesmo tipo de pulsação ao redor. Se a mãe é amorosa, se o pai é amoroso, não apenas com a criança, se eles são amorosos um com o outro também, se a casa tem uma atmosfera amorosa onde o amor floresce, a criança começará a funcionar como um ser amoroso, e nunca fará a pergunta: "O que é amor?" Ela o conhecerá desde o próprio início, ele se tornará seu alicerce. Mas isso não acontece. É triste, mas isso não tem acontecido até agora. E você aprende os modos de seus pais, seus resmungos, seus conflitos. Simplesmente fique se observando. Se você for uma mulher, observe. Você talvez esteja repetindo, quase repetindo, a maneira como sua mãe costumava se comportar. Observe-se quando você estiver com seu namorado ou com seu marido - o que você está fazendo? Não está repetindo? Se você for um homem, observe! O que está fazendo? Você não está sendo seu pai? Não está fazendo a mesma tolice que ele costumava fazer? E um dia você ficou surpreso - "Como papai pôde fazer isso?" - e você está fazendo o mesmo. As pessoas ficam repetindo; as pessoas são imitadoras; o homem é um macaco. Você está repetindo seu pai ou sua mãe e isso tem de ser abandonado. Somente então você saberá o que é amor, caso contrário, você permanecerá corrompido. Eu não posso definir o amor, porque não há nenhuma definição de amor. É uma dessas coisas indefiníveis como o nascimento, a morte, Deus, meditação. É uma dessas coisas indefiníveis - eu não posso defini-lo. Não posso dizer que isso é amor, não posso mostrá-lo a você. Ele não é um fenômeno visível. Ele não pode ser dissecado, não pode ser analisado; só pode ser experimentado. E só através da experiência é que você sabe o que é. Mas eu posso lhe mostrar o caminho para experimentá-lo. O primeiro passo é: livre-se de seus pais. E com isso não quero dizer nenhum desrespeito a seus pais, não. Eu seria a última pessoa a lhe dizer isso. Eu não quero dizer para você livrar-se de seus pais fisicamente, eu quero dizer para você livrar-se das vozes paternas interiormente, o seu programa interior, suas fitas interiores. Apague-os... e ficará surpreso ao constatar que se se livrar de seus pais no seu ser interior, você se tornará livre. Pela primeira vez, você será capaz de sentir compaixão por seus pais - caso contrário, não; você permanecerá ressentido. Toda pessoa é ressentida em relação a seus pais. Como você pode não ser ressentido se eles causaram tanto dano a você - embora não conscientemente? Eles desejavam o melhor para você, eles queriam fazer tudo pelo seu bem-estar. Mas o que eles podem fazer? Simplesmente por querer, nada acontece; só por boas intenções, nada acontece. Eles são bem intencionados, isso é verdade. Não há nenhuma dúvida sobre isso. Todo pai quer que a criança tenha todas as alegrias da vida. Mas o que ele pode fazer? Ele é um robô e, consciente ou inconscientemente, deliberadamente ou não, ele criará uma atmosfera na qual a criança mais cedo ou mais tarde, será transformada num robô. Se você quiser tornar-se um homem, não uma máquina, livre-se de seus pais. E você terá de observar. É um trabalho pesado, trabalho árduo; você não pode fazê-lo instantaneamente. Terá de ser muito cuidadoso no seu comportamento. Observe quando sua mãe estiver aí, funcionando através de você - pare com isso, afaste-se disso. Faça algo absolutamente novo que sua mãe nem mesmo pudesse conceber. Por exemplo, seu namorado está olhando para alguma outra mulher com muita admiração nos olhos. Agora observe o que você está fazendo. Está fazendo o que sua mãe teria feito no caso de seu pai olhar para outra mulher com admiração? Se fizer isso, nunca saberá o que é amor, você simplesmente estará repetindo uma estória. Será o mesmo ato sendo desempenhado por atores diferentes, é tudo; o mesmo ato apodrecido sendo repetidas muitas e muitas vezes. Não seja um imitador, caia fora disso. Faça algo novo. Faça algo que sua mãe não pudesse ter concebido. Faça algo novo que seu pai não pudesse ter concebido. Essa inovação tem de ser trazida a seu ser, então o amor começará a fluir. Postado por : Swami Dharma Grahi – (Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

sábado, 12 de maio de 2012

VOCÊ JÁ É O QUE ESTÁ PROCURANDO

“Como é possível que pela simples conscientização de um ponto específico do processo da respiração, alguém possa alcançar a iluminação? Como é possível tornar-se livre da inconsciência pela simples conscientização de uma pausa mínima e momentânea na respiração?” Essa pergunta é importante e deve ter ocorrido a muitas mentes. Muitas coisas têm de ser compreendidas. Primeiro: pensa-se que a espiritualidade é uma realização difícil. Não é “uma coisa nem outra”: isto é, não é difícil nem é uma realização. Seja você quem for, já é espiritual; não há nada de novo a ser acrescentado ao seu ser. E nada precisa ser descartado do seu ser: você é o mais perfeito possível. Não é uma questão de se tornar perfeito em algum tempo no futuro ;não é uma questão de fazer algo árduo para ser você mesmo. Não é uma viagem para outro ponto em algum outro lugar; você não está indo a lugar algum. Você já está ai. O que existe para ser alcançado já foi alcançado. Esta ideia deve penetrar fundo. Só então você será capaz de entender por que técnicas tão simples podem ajudar. Se a espiritualidade fosse alguma realização, então naturalmente, seria difícil – não só difícil, mas realmente impossível. Se você já não fosse espiritual, não poderia vir a ser. Não poderia nunca, porque como pode alguém que não é espiritual tornar-se espiritual? Se você já não fosse divino, não haveria possibilidade: não haveria meio. E não importa que esforços fizessem; o esforço feito por alguém que já não é divino não pode criar a divindade. Seria impossível. Mas o ponto, na verdade, é totalmente oposto: você já é aquilo que deseja alcançar. O objetivo do desejo já está ai, presente em você. Aqui e agora, neste exato momento, você é aquilo que é conhecido como divino. O Supremo está aqui; já está acontecendo. É por isso que as técnicas simples podem ajudar. Não é uma realização, mas uma descoberta. Está escondido em pequeníssimas coisas. A “persona” é exatamente como as roupas: seu corpo está presente, escondido sob as roupas. Da mesma forma sua espiritualidade está presente, escondida sob certas roupas. Essas roupas são sua personalidade. Você pode ser desnudado em sua espiritualidade também. Mas você não sabe quais são as roupas. Você não sabe como está escondido nelas, não sabe como ficar nu. Você tem estado vestido há tanto tempo --- durante vidas e vidas você tem estado vestido --- e ficou tão identificado com elas que agora não percebe que elas são roupas. Você pensa que elas são você: essa é a única barreira. Por exemplo: você tem um tesouro, mas se esqueceu ou ainda não reconheceu que é um tesouro e continua mendicando nas ruas: você é um mendigo. Se alguém lhe disser: “Vá e olhe dentro da sua casa: você não precisa ser um mendigo; pode ser um imperador agora mesmo”, o mendigo tenderá a responder: “Que bobagem você está dizendo imperador neste exato momento”? Tenho estado mendicando há anos e ainda sou um mendigo e, mesmo que eu peça esmolas por muitas vidas, não me tornarei um imperador. Assim, é absurdo e ilógico a sua declaração de que “você pode ser um imperador agora mesmo”. É impossível. O mendigo não pode acreditar. Por quê? Porque a mente mendicante é um hábito antigo. Mas, se o tesouro está escondido em sua própria casa, então simplesmente cavando, tirando um pouquinho de terra, o tesouro vai aparecer. E, imediatamente, você não será mais um mendigo: tornar-se-á um imperador. Acontece o mesmo com a espiritualidade. É um tesouro escondido. Não há nada para ser alcançado em algum lugar o futuro. Você ainda não o reconheceu, mas ela está já está em você. Você é o tesouro, mas continua mendigando. Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação.

TANTRA

T A N T R A Quando o sexo for apenas um impulso inconsciente e mecânico dentro de você, estará errado. Lembre-se de que o sexo não é errado, é esse caráter mecânico que está errado. Se você puder trazer a luz de uma inteligência em sua sexualidade, essa luz irá transformar a sexualidade. Já não será sexualidade, será algo completamente diferente, tão diferente que você sequer possui uma palavra para isso. No Oriente temos uma palavra, “tantra”. No Ocidente não há nenhuma palavra. Quando o sexo se junta, quando está entrelaçado com a inteligência, uma energia completamente nova é criada, e essa energia é chamada “tantra”. A palavra “tantra” significa a capacidade de expansão, aquilo que continua a expandir. O sexo reduz você, o tantra expande. É a mesma energia, mas ela faz uma virada. Não é mais egoísta, autocentrada. Começa a se espalhar por toda a existência. No sexo, por um momento você pode atingir o orgasmo, e o custo é alto. No tantra você pode viver em orgasmo durante todo o dia, porque sua própria energia se torna orgástica. E seu encontro não é mais com um individuo específico, seu encontro é com o universo em si. Você vê uma árvore, uma flor, uma estrela, e há algo similar ao orgasmo acontecendo. A pessoa que se tornou completamente inteligente, alerta, desperta, vive de forma orgástica. Todos os seus movimentos estão cheios de picos orgásticos, picos atrás de picos. E quando o tantra tiver acontecido, o sexo desaparece. O sexo é uma semente, o tantra é a árvore. Osho - Osho de A a Z Swami Dharma Grahi-(Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

ONDE SE PODE ENCONTRAR SEMPRE A FELICIDADE

Procure no dicionário pela letra “f”- apenas ali você encontrará sempre a felicidade. Na vida, as coisas são muito misturadas. Dia e noite estão juntos, felicidade e infelicidade também . A vida e a morte estão juntas, assim como tudo está. A vida é rica por causa das polaridades opostas. A própria idéia de que se gostaria de ser feliz para sempre é estúpida. A própria idéia trará apenas infelicidade e nada mais. Você se tornará cada vez mais miserável, porque estará cada vez mais perdendo a sua chamada “felicidade eterna”. A sua ganância é demais.
Então quem é a pessoa feliz? A pessoa feliz não é aquela que está sempre feliz. A pessoa feliz é aquela que é feliz mesmo quando há infelicidade. Tente entender isso. A pessoa feliz é aquela que entende a vida e aceita as suas polaridades. Ela sabe que o sucesso é possível apenas porque o fracasso também é possível. Por isso quando o fracasso vem, ela o aceita.
Lembro-me de um incidente em minha infância. Um grande lutador de luta livre havia chegado na m8nha cidade. Todos eram muito interessados em luta livre, assim, a cidade inteira se reuniu. Eu vi muitos lutadores em minha vida, mas ele era realmente raro. Havia algo especial nele.
Durante dez dias a luta livre continuou, e todo dia ele derrotava um lutador famoso. Finalmente, ele foi declarado o vencedor. No dia em que ele foi declarado vencedor, saiu pela cidade e tocou os pés das dez pessoas que ele havia derrotado.
Todos ficaram perplexos com o que ele fez. Eu era uma criança pequena, fui até ele e perguntei: “Por que você fez isso? É estranho”.
Ele disse: “Eu sou vitorioso apenas por causa deles. Se eles não tivessem sido derrotados, se eles não tivessem permitido serem derrotados, eu não seria vitorioso. Assim, eu devo isso a eles. Como eu poderia ser vitorioso sem eles? Minha vitória depende da derrota deles, minha vitoria não é independente deles. Eu, realmente, me sinto muito grato a eles. Havia somente uma alternativa: ou eu seria derrotado ou eles seriam derrotados. E eles são pessoas boas, eles aceitaram a derrota”.
Essa é uma idéia Sufi ou Zen. As coisas são interdependentes: sucesso/fracasso, felicidade/infelicidade, verão/inverno, juventude/velhice, beleza/feiura – todos são interdependentes, eles existem juntos. E o homem que começa buscar um polo contra o outro está se envolvendo em problemas desnecessários. Isso não é possível, ele está desejando o impossível, e ele ficará muito frustrado.
Então, qual deveria ser a atitude? Quando a felicidade vier, curta a felicidade; quando a infelicidade vier, curta a infelicidade. Quando houver felicidade, dance com ela; quando houver infelicidade, chore com ela. E a isso que quero me referir quando digo “curta”. Infelicidade é uma necessidade. Se você puder aceitar a infelicidade tão suavemente quanto você recebe a felicidade, você transcenderá ambas. Nessa própria aceitação está a transcendência. Então a felicidade e a infelicidade não farão muita diferença para você, você permanecerá o mesmo .Quando houver tristeza, você experimentará o sabor dela, e quando houver alegria você também experimentará o seu sabor. E, às vezes, coisas amargas também são saborosas.