sábado, 8 de fevereiro de 2014

O MEDO DA SOLIDÃO

O medo da solidão Ninguém quer ficar sozinho. Todo mundo quer pertencer à multidão – não apenas à multidão, mas a muitas multidões. A pessoa pertence a um grupo religioso, a um partido político, ao rotary club... e existem muitos outros grupinhos a que pertencer. A pessoa quer apoio vinte e quatro horas por dia, porque o falso não se sustenta sem apoio. No momento em que a pessoa fica sozinha, ela começa a sentir uma estranha loucura. Não se trata apenas do seu medo, trata-se do medo de todo mundo. Porque ninguém é o que deveria ser na vida. A sociedade, a cultura, a religião, a educação conspiram todos contra as crianças inocentes. Todos eles têm poderes – a criança é indefesa e dependente. Então eles fazem dela o que querem. Eles não deixam que nenhuma criança siga o curso natural da sua vida. Eles fazem tudo para que os seres humanos tenham uma utilidade. Quem garante que, se deixarem uma criança crescer por si mesma, ela vai servir aos interesses deles? A sociedade não está preparada para assumir esse risco. Ela se apodera da criança e começa a moldá-la, fazendo com que ela se transforme em algo de que a sociedade necessite. Num certo sentido, ela mata a alma da criança e dá a ela uma falsa identidade, de modo que ela nunca encontre a sua alma, o seu ser. A falsa identidade é um substituto. Mas esse substituto só é útil enquanto você está no meio da multidão que lhe deu essa falsa identidade. No momento em que você está sozinho, o falso começa a se despedaçar e o verdadeiro reprimido começa a se expressar. Por isso o medo de ficar sozinho. Você acredita que é alguém, e de repente, num momento de solidão, você começa a perceber que não é o que pensava. Isso dá medo; então quem é você? Vai levar algum tempo até o verdadeiro se expressar. O intervalo entre os dois é chamado pelos místicos de "noite escura da alma" – uma expressão bem apropriada. Você não é mais o falso e ainda não é o verdadeiro. Você está no limbo, não sabe quem você é. No Ocidente, principalmente, o problema é até mais complicado. Porque não desenvolveram nenhuma metodologia para descobrir o verdadeiro o mais rápido possível e abreviar essa noite escura da alma. O Ocidente não sabe nada a respeito da meditação, e a meditação é só um nome para "ficar sozinho, em silêncio, esperando que o verdadeiro se firme". Ela não é uma ação; é um relaxamento silencioso – porque qualquer coisa que você faça virá da sua personalidade falsa – anos de uma personalidade falsa imposta pelas pessoas que você amou, que você respeitou – e elas não tinham intenção de lhe fazer nenhum mal. As intenções delas eram boas, elas só não tinham consciência. Não eram pessoas conscientes – os seus pais, os seus professores, os seus sacerdotes, os seus políticos – eles não eram pessoas conscientes, pelo contrário. E até uma boa intenção nas mãos de pessoas inconscientes vira um veneno. Portanto, sempre que você está sozinho, surge um medo profundo – porque de repente o falso começa a desaparecer, e o verdadeiro vai demorar um tempo. Faz anos que você o perdeu. Você terá de levar em conta que essa lacuna tem de ser transposta. A multidão é essencial para que o eu falso exista. No momento em que está sozinho, você começa a entrar em pane. É então que você precisa entender um pouquinho de meditação. Não se preocupe, aquilo que pode desaparecer é bom que desapareça. Não há razão para se agarrar a isso – isso não é seu, não é você. Ninguém mais pode responder à pergunta, "Quem sou eu?" – você saberá. Todas as técnicas de meditação ajudam a acabar com o falso. Elas não dão a você o verdadeiro – ninguém pode dar isso a você. Nada que possam lhe dar pode ser verdadeiro. O verdadeiro você já tem; basta jogar fora o falso. A meditação é só a coragem de ficar em silêncio e sozinho. Bem devagarzinho, você começa a sentir uma nova qualidade em si mesmo, uma nova vivacidade, uma nova beleza, uma nova inteligência – que não é emprestada de ninguém; ela brota dentro de você. Ela tem raízes na sua existência. E, se você não for covarde, isso fruirá, florescerá. Osho, em "Emoções: Liberte-se da Raiva, do Ciúme, da Inveja e do Medo Publicado por: Swami Dharma Grahi – (Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

AN-PANA-SATI-YOGA- A ILUMINAÇÃO DE BHUDDA

ANAPANASATI - YOGA Agora vou abordar cada uma das técnicas: “Shiva respondeu: ‘Ó Ser Radiante, esta experiência pode surgir entre duas respirações. Após inspirar e pouco antes de expirar – o benefício’. “Esta é a técnica: “Ó Ser Radiante, esta experiência pode surgir entre duas respirações”. Após inspirar e pouco antes de expirar, “o benefício”. Fique atento entre esses dois pontos e o que acontece. Quando a respiração entrar, observe. Quando a respiração entrar, OBSERVE. Por um único momento, ou por milésimo de momento, a respiração não existe – antes de ela voltar, para cima, antes de ela sair. A pessoa inspira; então existe certo ponto no qual o ar pára. Depois, o ar sai. Quando o ar sai, novamente, por um único instante, ou uma parte de instante, a respiração pára. Depois o ar entra. Antes de o ar entrar ou sair, existe um momento no qual você não está respirando. Nesse momento, o acontecimento é possível, porque, quando você não está respirando, você não está no mundo. Entenda isto: quando você não está respirando, está morto: ainda existe, mas morto. O momento, entretanto, é de tão curta duração que você jamais o observa. Para a tantra, cada expiração é uma morte e cada nova inspiração é um renascimento. Inspirar é renascer; expirar é morrer. Expiração é sinônimo de morte; inspiração é sinônimo de vida. Assim, com cada respiração você está morrendo e renascendo. O intervalo entre os dois movimentos é de duração muito curta, mas a observação aguçada e sincera e a atenção vão fazê-lo sentir o intervalo. Se você puder sentir o intervalo, diz Shiva, o benefício. Então nada mais é necessário. Você está abençoado. Você conheceu; a coisa aconteceu. Você não precisa treinar a respiração. Deixe-a assim como é. Por que uma técnica tão simples? Parece tão simples. Uma técnica tão simples para conhecer a Verdade? Conhecer a Verdade significa conhecer o que não nem morre, conhecer esse elemento eterno que sempre é. Você pode conhecer a expiração, pode conhecer a inspiração, mas nunca conhece o intervalo entre os dois movimentos. Experimente-o. Subitamente você pegará o ponto – e você pode pegá-lo: ele já está aí. Não há nada para ser acrescentado a você ou à sua estrutura: ele já está aí. Tudo já está aí, exceto certa consciência. Então, como fazer? Primeiro, torne-se consciente da inspiração. Observe-a. Esqueça tudo: apenas observe a inspiração – a própria passagem em si. Quando a inspiração tocar suas narinas, sinta-a aí. Então deixe que ela se mova para dentro. Movimente a respiração repleto de consciência. Quando o ar estiver descendo, descendo, desça com ele, não o perca. Não vá à frente nem o siga. Vá junto com ele. Lembre-se disto: não vá à frente; não o siga como uma sombra. Vá ao mesmo tempo que ele. A respiração e a consciência devem unificar-se. O ar entra: você também entra. Só então será possível alcançar o ponto que fica entre as duas respirações. Não será fácil. Entre com a inspiração, depois saia com a expiração: para dentro, para fora. Buda praticou especialmente este método, por isso ele tornou-se um método budista. Na terminologia budista, é conhecido como “Anapanasati Yoga”. E a iluminação de Buda foi baseada nesta técnica – apenas esta. Todas as religiões do mundo, todos os videntes do mundo chegaram através de uma ou outra técnica, e todas essas técnicas estarão nestas 112 técnicas. Esta primeira é uma técnica budista. Tornou-se conhecida no mundo como uma técnica budista. Tornou-se conhecida no mundo como uma técnica budista porque Buda alcançou a iluminação através dela. Buda disse: “Fique atento à sua respiração, como ela entra e sai – entra e sai”. Ele nunca mencionou o intervalo, porque não há necessidade. Buda pensou e sentiu que se você ficar preocupado com o intervalo, com a pausa entre as duas respirações, essa preocupação poderá perturbar sua consciência. Assim, ele simplesmente disse: “Fique atento! Quando o ar entrar, entre com ele e, quando o ar sair, saia com ele. Faça simplesmente isto: entre e saia com a respiração”. Ele nunca diz nada sobre a última parte da técnica. A razão é que Buda falava para homens muito simples, e talvez isso pudesse criar um desejo de alcançar o intervalo. Esse desejo de atingir o intervalo poderia tornar-se uma barreira para a consciência, porque, se você estiver desejando chegar ao inrtervalo, irá adiantar-se. A inspiração estará entrando e você estará à frente porque estará interessado na pausa que acontecerá no futuro. Buda nunca menciona isso, assim, a técnica de Buda é incompleta. Mas a outra parte vem automaticamente. Se você continuar a praticar a respiração consciente, a respiração atenta, subitamente, um dia, sem saber, chegará ao intervalo – porque, à medida que a sua consciência se vai tornando aguda, profunda e intensa, à medida que sua consciência vai ficando focada (o mundo todo está excluído, somente a sua respiração entrando e saindo é o seu mundo – a arena toda só para a sua consciência), subitamente, você é capaz de perceber a pausa na qual não há nenhuma respiração. Quando você se está movendo com a respiração minuciosamente, quando não há respiração, como você pode permanecer inconsciente? De repente você se torna consciente de que não há respiração. E chegará o momento em que você irá sentir que a respiração não está entrando nem saindo. A respiração parou completamente. Nessa parada, “o benefício”. Esta única técnica é suficiente para milhões de pessoas. A Ásia inteira experimentou e viveu esta técnica durante séculos. O Tibete, a China, o Japão, Burma, a Tailândia (Sião), o Ceilão, a Ásia inteira, exceto a Índia, experimentou esta técnica – apenas uma técnica -, e milhares e milhares de pessoas alcançaram a iluminação através dela. E esta é apenas a primeira técnica. Mas, infelizmente, por esta técnica ter-se associado ao nome de Buda, os hindus a têm evitado. Por ela ter-se tornado cada vez mais conhecida como um método budista, os hindus a esqueceram completamente. E não apenas isso: eles tentaram evitá-la também por outra razão. Por esta técnica ter sido a primeira técnica mencionada por Shiva, muitos budistas pretenderam que o Vigyana Bhairava Tantra fosse um livro busdista, não um livro hindu. Ela não é hindu nem budista, uma técnica e apenas uma técnica. Buda a usou, mas ela já existia para ser usada. Buda tornou-se Buda (um iluminado) por causa da técnica. A técnica precedeu Buda; a técnica já existia. Experimente-a. É uma das técnicas mais simples – comparada a outras: não digo que seja fácil para você. Outras técnicas serão mais difíceis. Eis por que é mencionada como a primeira.

TÉCNICA :"ANA-PANA-SATI-YOGA" A ILUMINAÇÃO DE BUDDHA"

A Verdadeira Rebelião 1. Não se Identifique com Seus Pensamentos/Sentimentos “Se você quiser frustrar a dominação da mente, destrua todas as identificações com ela. Um pensamento surge em você – não se torne um com ele! Tornando-se um com ele você o fortalece; Mantenha distância. Fique como se você estivesse apenas de pé na calçada observando as pessoas passando. Olhe isso como você olharia uma nuvem no céu distante enquanto você está de pé embaixo na terra. Não se identifique. Não se una com seus pensamentos. Não diga, ‘Esse é meu pensamento’, tão logo você diz ‘meu’, você já está identificado; logo que você fica identificado com isso, toda sua energia flui para esse pensamento. É essa energia que faz de você um escravo – e essa é sua própria energia! Não fique identificado. Quando você começa a se distanciar de seus pensamentos, estes começam a perder força e ficam sem vida, eles não obtêm nenhuma energia. 2. Espere Pelo Intervalo Quando a raiva aparecer, fique longe dela e observe. Deixe a raiva surgir; deixe-a permear seu corpo. Ela irá lhe envolver de todos os lados. Permita isso! Você só tem que lembrar de um pequeno fato – você não é sua raiva. Não tenha muita pressa em mergulhar nela, porque será difícil sair disso. Observe sua raiva, mas seja firme num ponto: se você realmente tem que responder ao homem que lhe insultou, faça isso quando a raiva tiver passado. Sob nenhuma circunstância responda antes disso. No princípio isso vai ser difícil, muito difícil. Você terá que ficar muito alerta e em guarda, mas gradualmente se tornará fácil. Quanto maior a distância que você criar entre você e seus pensamentos, mais você estabelece seu controle: você, porém, fica tão perto, tão próximo de seus desejos que você até mesmo esqueceu de que existe alguma distância entre você e eles – de que há algum intervalo entre os dois. Comece hoje. Os resultados não virão imediatamente, porque sua proximidade, sua associação, tem existido por incontáveis nascimentos. Associações tão antigas não podem ser interrompidas num dia; isso levará tempo, mas pequenos esforços de sua parte irá suportar resultados, porque essa identificação é falsa. Enquanto sua mente for sua mestra, você irá permanecer um escravo. No momento que você compreender a realidade, uma liberdade natural acontece. Não lute com a mente. Lute, e a liberdade natural não irá surgir. Se você lutar você dá a mente um status igual. Ela era uma amiga antes, agora ela é uma inimiga. O mestre não é um igual; o mestre está sempre acima – nos céus, e o servo está sempre abaixo – no chão. Quando você for um mestre você adquire a liberdade que é natural, e esta liberdade é única”. Osho: The Great Path

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

meditação é UMA EXPERIÊNCIA.

Meditação é UMA EXPERIÊNCIA Você não acredita em Deus? Isso não é um obstáculo à meditação. Não acredita na alma? Isso também não é obstáculo à meditação. Não acredita em coisa alguma? Isso não é um obstáculo. Você pode meditar, porque a meditação simplesmente diz como ir para dentro: não importa se ali existe ou não uma alma, se existe ou não um Deus, não importa. Uma coisa é certa: você existe. Se você existirá ou não depois da morte não importa. Só uma coisa importa: neste momento, você existe. Quem é você? Entrar em você é meditação –entrar mais fundo em seu próprio ser. Talvez ele seja apenas momentâneo; talvez seja eterno, talvez a morte ponha um fim a tudo. Não impomos nenhuma condição na qual você deva acreditar. Dizemos apenas que você tem de experimentar. Simplesmente tente! Um dia, acontece: os pensamentos não mais estão presentes. E, subitamente, quando os pensamentos desaparecem, o corpo e você estão separados – porque os pensamentos são a ponte. Através deles você se une ao corpo; esse é o elo. De repente o elo desaparece –você está presente, o corpo está presente, e há um abismo infinito entre os dois. Então, você sabe que o corpo morrerá, mas que você não pode morrer. Então, isso não é algo como um dogma; não é um credo, é uma experiência – incontestável. Nesse dia, a morte desaparece, nesse dia, a dúvida desaparece, porque, agora, você não tem de estar sempre se defendendo. Ninguém pode destruí-lo, você é indestrutível. Então surge a confiança, ela transborda. E confiar é estar em êxtase; confiar é estar em Deus; confiar é sentir-se preenchido. Por isso não digo para cultivar a confiança. Digo para experimentar a meditação. Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação. Crt 38000.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A ESPIRITUALIDADE NÃO PODE VIR DO DESEJO

A ESPIRITUALIDADE NÃO PODE VIR DO DESEJO Duas coisas a serem lembradas. Primeira: a espiritualidade não pode vir do desejo, porque o desejo é a raiz causal de toda a nossa ansiedade e angústia. E você não pode dirigir seus desejos para o reino espiritual. Mas isso acontece, é natural, porque conhecemos somente um movimento - que é o desejo. Nós desejamos as coisas do mundo. Alguém deseja riqueza, alguém deseja fama, alguém deseja prestígio e poder, ou outra coisa qualquer. Desejamos coisas do mundo e, através desse desejar, ficamos frustrados. Você pode alcançar a riqueza, mas a esperança que estava dependurada ali - o sonho de felicidade, de bem-aventurança, de uma vida extasiada - isso não é preenchido. Se a riqueza é alcançada, então também, você se sentirá frustrado, porque a promessa não é preenchida, o sonho não é preenchido. Tudo está ali. Os meios estão ali, e o fim escapou. O fim é sempre ilusório. E o desejar é o problema, não o que você deseja - este não é o problema. O que você deseja não é o problema - você desejar é o problema. Agora você está novamente desejando e você ficará frustrado do mesmo jeito. Se você alcançar, ficará frustrado. Se você não alcançar, ficará frustrado. O mesmo acontecerá a você, porque você não foi capaz de ver o pormenor, você perdeu o pormenor. E, quando você deseja, a impaciência fatalmente está presente, porque a mente não quer esperar, a mente não quer adiar. Ela é impaciente. A impaciência é a sombra do desejo. Quanto mais intenso o desejo, mais impaciência existirá. E a impaciência criará perturbação. Assim, como você alcançará a meditação? O desejo criará movimento na mente e, então, o ato de desejar criará impaciência, e a impaciência o levará a mais perturbações. Assim, acontece - e eu observo isso diariamente - que uma pessoa que esteve vivendo uma vida muito mundana, não era comumente tão perturbada. Quando essa pessoa começa a meditar, ou a buscar a dimensão religiosa, ela se torna mais perturbada, mais do que nunca. A razão é que agora ela tem um desejo ainda mais intenso, portanto mais impaciência. E, com as coisas mundanas, as coisas eram tão reais e objetivas, que ela podia esperar por elas - elas estavam sempre a seu alcance. Agora, no reino espiritual, as coisas são tão evasivas, tão distantes... - elas nunca parecem estar ao alcance. A vida parece ser muito curta e, agora, o objeto de desejo parece ser infinito - há mais impaciência e, então, mais perturbação. E com uma mente perturbada como você pode meditar? Assim, isso vira um enigma. Tente compreender isso. Se você está realmente frustrado e chegou a sentir que tudo o que está fora é fútil - dinheiro ou sexo ou poder ou prestígio, tudo fútil - se você chegou a esta percepção, então, uma profunda percepção também é necessária. Se essas coisas são fúteis, então, o ato de desejar é até mais fútil: você deseja e deseja e nada acontece - e seu ato de desejar cria a miséria. Olhe para o fato de que o ato de desejar cria miséria. Se você não deseja, não há miséria. Assim, abandone o ato de desejar. E não crie um novo desejo: simplesmente abandone o ato de desejar. Não crie um desejo espiritual. Não diga: "Agora eu estou indo em busca de Deus. Agora eu estou indo descobrir isto e aquilo. Agora, eu vou perceber a verdade.". Não crie um novo desejo. Se você criar, isso mostra que você não compreendeu sua miséria. Olhe para a miséria que o desejo cria. Sinta que o desejo é miséria e abandone-o. Nenhum esforço é necessário para abandoná-lo. Lembre-se: se você fizer um esforço, você criará um outro desejo. Eis por que você precisa de algum outro desejo, porque, então, você pode deixá-lo. Se algum outro desejo existir, você pode se dependurar nele. Você pode agarrar-se ao novo desejo e pode deixar o antigo. Deixar o antigo é fácil se você tem algo novo a conseguir, mas, então, você está perdendo todo o pormenor. Simplesmente deixe o desejo, porque ele é miséria; e não crie um novo desejo. Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação.

A BUSCA ESPIRITUAL

Busca espiritual significa chegar a um acordo com a realidade atual, não com uma projeção sonhadora. Toda a nossa vida é apenas uma projeção, sonhos projetados. Ela não existe para conhecer o que é; existe para se obter o que é desejado. Você pode tomar a palavra "desejo" como um símbolo do que nós chamamos de vida. A vida é uma projeção dos desejos: você não está à procura do que é; está à procura do que é desejado. Você continua desejando e a vida continua sendo frustrante porque ela é como é. Ela não pode ser como você quer. Você fica desiludido. Não porque a realidade seja antagônica a você, mas sim porque você não está em sintonia com a realidade, apenas com seus sonhos. Seus sonhos têm uma desilusão que o arruínam. Enquanto você está sonhando, tudo está certo; mas quando qualquer sonho é alcançado, tudo se torna desilusão. Busca espiritual significa conhecer essa parte negativa: esse desejar é a raiz causal da frustração. Desejar é criar um inferno por livre e espontânea vontade. Desejar é estar no mundo: ser mundano é desejar e continuar desejando, sem nunca tornar-se alerta de que cada desejo não dá em nada além de frustrações. Uma vez que você se torna alerta para isso, então não mais deseja. Ou seu único desejo é conhecer o que realmente é. Nesse momento, você decide: "Não continuarei projetando a mim mesmo, conhecerei o que é. Não porque devo ser desse modo e a realidade deva ser daquele outro modo, mas apenas por isto: quero conhecer a realidade seja ela qual for— nua como ela é. Não projetarei, não entrarei nisso. Quero encontrar a vida como ela é". Ai começa a busca espiritual....a busca daquilo que É. Célio José Bighetti – (Swami Dharma Grahi) – Psicoterapeuta da Alma.

sábado, 17 de agosto de 2013

QUAL A DIFERENÇA ENTRE CONHECIMENTO E CONHECER

Não há nenhuma diferença no dicionário, mas, na existência, há uma tremenda diferença. O conhecimento é uma teoria; o conhecer é uma experiência. Conhecer quer dizer que você abre os olhos e você vê; conhecimento significa que alguém abriu os olhos, viu e fala sobre isso, e você, simplesmente, continua a acumular informações. O conhecimento é possível mesmo se você for cego. Conhecimento é possível... Sem olhos você pode aprender muitas coisas sobre a luz, mas o conhecer não é possível, se você é cego. O conhecer é possível apenas se seus olhos estiverem curados, se você puder ver. O conhecer é autenticamente a sua experiência; o conhecimento é falso. Não dependa do conhecimento, senão você continua a perder o significado. O conhecimento pode lhe dar apenas uma promessa falsa. Ela nunca é cumprida. O conhecimento pode lhe dar apenas pseudomoedas. Elas não têm valor. Cuidado com elas. O conhecimento pode fazê-lo sentir-se muito bem, porque ele reforça seu ego. Você começa a sentir como se conhecesse. Mas, lembre-se, é “como se”, realmente, não é o caso. E quando você sente “eu conheço”, o “eu” é reforçado. Antes que um homem possa tornar-se um homem que conhece, ele terá de abandonar todo o conhecimento. Essa é a verdadeira renúncia. Tenho visto pessoas renunciando a seus filhos -- o que é tolo, porque as pessoas não estão impedindo o caminho para Deus. Tenho visto pessoas renunciando a suas esposas, seus maridos --- o que é estúpido, pois no marido e na esposa, Deus está presente. Deus está vivo neles. Quando você renuncia à sua esposa, você renuncia a Deus -- Deus na forma de sua esposa. Quando renuncia a seu marido, você renuncia a Deus que veio na forma de seu marido. Veja.....um homem renuncia à vida, vai aos Himalaias, mas ele nasceu cristão, ele permanece cristão, maometano, ou outra religião qualquer, ele permanece isso. Mesmo na profundidade dos Himalaias, sentado sozinho em uma caverna, ele permanece cristão ou maometano. Se você ainda for maometano ou cristão, você ainda faz parte da sociedade chamada cristã ou maometana. Porque essas religiões são da sociedade, precisam pertencer a uma sociedade, sejam elas uma seita, uma multidão, hinduísmo, islamismo, cristianismo, jainismo ou budismo são todos nomes de diferentes tipos de multidão. E você diz que deixou o mundo? Então por que você trouxe sua multidão e seus pertences? E o que você que dizer chamando-se de cristão? Você quer dizer que carrega certo tipo de conhecimento – conhecimento importado através da Bíblia. Ou se pensa que é um maometano, conhecimento através do Alcorão. Você não renunciou ao conhecimento. Os sábios dizem que, se você quer renunciar a algo, renuncie ao conhecimento. Essa é a maior coragem -- porque, quando você renuncia ao conhecimento, o ego começa a desaparecer. O ego morre naturalmente. Ele não pode existir. No momento em que você diz: ”Eu não sei”, sentiu a pureza desse momento? Sentiu o silêncio desse momento? Quando você expressa: “Eu não sei”, essa é uma das maiores afirmações que o homem pode fazer -- e esse é o começo ..... Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação.